A "MULHER DO PIOLHO”
Só quem já provou a dor,
Quem sofreu, se amargurou,
Viu a cruz e a vida em tons reais.
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
Precisou saber recomeçar.
(Fábio de Melo).
Por meio de O Pioneiro e de e.mails provenientes de amigos, muita gente sabe que no dia 17 de maio de 2009, às 16horas, uma professora celebrará os 50 anos dedicados à educação de milhares de crianças, jovens e adultos, que tiveram o privilégio de assistir às suas aulas em alguma série escolar.
Os que não estiveram entre esses abençoados deixaram de aprender com alguém que sabe (e sabe ensinar) muita Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, mas isso não é o mais importante, já que há outros bons professores dessas disciplinas em nossa cidade. O que se perderam foram os exemplos vivos de honestidade, responsabilidade, criatividade, altruísmo, decência, criticidade e combatividade. Ela é a própria “mulher do piolho”, cuja história com ela aprendi e ora lhe conto, à minha moda, claro.
Certa vez, uma mulher resolveu dizer que um homem estava cheio de bichinho coçador na cabeça. Esse teria rechaçado a afirmação e dito que se ela insistisse em dizer aquilo, ele a afogaria. Ela, muito corajosamente, teria repetido o que dissera. O cara resolveu cumprir o que prometera, levou-a à beira de uma lagoa, apertou-lhe o pescoço e, após uns dois minutos, levantou-a, soltou-a e perguntou-lhe: “Quem é que está com piolho?” Ela, abusadamente, repetiu que ele estava piolhento. Indignado o sujeito retomou o afogamento e repetiu o ato, várias vezes, torcendo para que ela se arrependesse e negasse o que falara. Resoluta a mulher não cedia, não se acovardava. Em seu último questionamento feito à mulher, essa já não conseguia falar. Como resposta à derradeira pergunta, o homem viu que ela unira as unhas dos dois polegares e com a da direita sobre a esquerda fez o gesto que todos fazemos quando estamos matando piolhos. Não preciso dizer que ele a matou de vez, preciso?
Tive o prazer de tê-la como professora (infelizmente por pouco tempo) e o privilégio de ser sua colega de trabalho durante alguns anos no Colégio Cristo Rei. Durante esse tempo, pude vivenciar o jeito ímpar como essa mulher vê e interpreta a vida, e o jeito humano e tenaz como abriu seu coração, seus braços, sua alma e sua vida para acolher Ledinha, Leilane e Lenice. Talvez ela não saiba, mas foi pensando em seu exemplo de maternidade que, em 1994, eu homenageei todas as mães daquela escola, escrevendo os seguintes versos:
“Pensam que só este Domingo é seu dia/ Que eu tinha que nascer da sua barriga./ Esquecem de quem me ama e me atura/ Em momentos de rebeldia ou chatura,/Entendendo e aguardando / Minha metamorfose para adulto./ Ledo engano, insensatez consumista!/ O seu dia é todo dia,/ Porque seu amor é de outrora,/ Independe de legitimidade ou de hora/ Sua paciência me conforta,/ Fortalece e me faz entender,/ Que sou feliz por ser fruto/Deste amor absoluto/ Que me ampara e impulsiona a crescer/ Aceite o meu beijo terno,/Meu reconhecimento sincero, /Reflexo puro de você.
Encontro-me em Guarapari, por força de compromisso assumido, anteriormente, com alunos do Curso de Pedagogia, que se fazem presentes a um evento científico que acontece nessa cidade. Não sei se conseguirei voltar a tempo de dar-lhe meu abraço ou de cumprir a tarefa que me foi dada. Talvez eu a perca e, como ela mesma já me disse, sei que é isso que ouvirei de todos: “Você perdeu, sua boba!”
Pelo sim ou pelo não, ficam aqui o meu abraço e meu beijo, antes que eles possam ser ao vivo. Saiba, Dona Arlêne, que continuo achando que Sra. é a verdadeira “mulher do piolho” e que o mundo está precisando de outras matadoras de piolho, também. Conte comigo nesta empreitada, querida!!
Só quem já provou a dor,
Quem sofreu, se amargurou,
Viu a cruz e a vida em tons reais.
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
Precisou saber recomeçar.
(Fábio de Melo).
Por meio de O Pioneiro e de e.mails provenientes de amigos, muita gente sabe que no dia 17 de maio de 2009, às 16horas, uma professora celebrará os 50 anos dedicados à educação de milhares de crianças, jovens e adultos, que tiveram o privilégio de assistir às suas aulas em alguma série escolar.
Os que não estiveram entre esses abençoados deixaram de aprender com alguém que sabe (e sabe ensinar) muita Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, mas isso não é o mais importante, já que há outros bons professores dessas disciplinas em nossa cidade. O que se perderam foram os exemplos vivos de honestidade, responsabilidade, criatividade, altruísmo, decência, criticidade e combatividade. Ela é a própria “mulher do piolho”, cuja história com ela aprendi e ora lhe conto, à minha moda, claro.
Certa vez, uma mulher resolveu dizer que um homem estava cheio de bichinho coçador na cabeça. Esse teria rechaçado a afirmação e dito que se ela insistisse em dizer aquilo, ele a afogaria. Ela, muito corajosamente, teria repetido o que dissera. O cara resolveu cumprir o que prometera, levou-a à beira de uma lagoa, apertou-lhe o pescoço e, após uns dois minutos, levantou-a, soltou-a e perguntou-lhe: “Quem é que está com piolho?” Ela, abusadamente, repetiu que ele estava piolhento. Indignado o sujeito retomou o afogamento e repetiu o ato, várias vezes, torcendo para que ela se arrependesse e negasse o que falara. Resoluta a mulher não cedia, não se acovardava. Em seu último questionamento feito à mulher, essa já não conseguia falar. Como resposta à derradeira pergunta, o homem viu que ela unira as unhas dos dois polegares e com a da direita sobre a esquerda fez o gesto que todos fazemos quando estamos matando piolhos. Não preciso dizer que ele a matou de vez, preciso?
Tive o prazer de tê-la como professora (infelizmente por pouco tempo) e o privilégio de ser sua colega de trabalho durante alguns anos no Colégio Cristo Rei. Durante esse tempo, pude vivenciar o jeito ímpar como essa mulher vê e interpreta a vida, e o jeito humano e tenaz como abriu seu coração, seus braços, sua alma e sua vida para acolher Ledinha, Leilane e Lenice. Talvez ela não saiba, mas foi pensando em seu exemplo de maternidade que, em 1994, eu homenageei todas as mães daquela escola, escrevendo os seguintes versos:
“Pensam que só este Domingo é seu dia/ Que eu tinha que nascer da sua barriga./ Esquecem de quem me ama e me atura/ Em momentos de rebeldia ou chatura,/Entendendo e aguardando / Minha metamorfose para adulto./ Ledo engano, insensatez consumista!/ O seu dia é todo dia,/ Porque seu amor é de outrora,/ Independe de legitimidade ou de hora/ Sua paciência me conforta,/ Fortalece e me faz entender,/ Que sou feliz por ser fruto/Deste amor absoluto/ Que me ampara e impulsiona a crescer/ Aceite o meu beijo terno,/Meu reconhecimento sincero, /Reflexo puro de você.
Encontro-me em Guarapari, por força de compromisso assumido, anteriormente, com alunos do Curso de Pedagogia, que se fazem presentes a um evento científico que acontece nessa cidade. Não sei se conseguirei voltar a tempo de dar-lhe meu abraço ou de cumprir a tarefa que me foi dada. Talvez eu a perca e, como ela mesma já me disse, sei que é isso que ouvirei de todos: “Você perdeu, sua boba!”
Pelo sim ou pelo não, ficam aqui o meu abraço e meu beijo, antes que eles possam ser ao vivo. Saiba, Dona Arlêne, que continuo achando que Sra. é a verdadeira “mulher do piolho” e que o mundo está precisando de outras matadoras de piolho, também. Conte comigo nesta empreitada, querida!!