FATOS MUSICAIS II - AS EMOÇÕES CONTINUAM

Para quem leu a primeira parte, aí vai a segunda no mesmo dia e bar de Unaí.

Aí veio a segunda emoção. A vida não é mole não!!!

Cesinha melhorou da garganta e estávamos fazendo um som muito inspirado. Eu estava me divertindo tanto que, em vez de receber cachê, deveria pagar o couvert. Porém, uma coisa estava estranha!

Já passavam das 22h e nada do pessoal de Brasília chegar. Às 22h30 chegou lá o Conde Caparelli, da turma de Brasília, com a história que a Rosa havia atropelado uma vaca na estrada, já pertinho de chegar. Ficamos todos apreensivos, pois houve um acidente com um dos carros que estava vindo de Brasília. Caparelli explicou que ela não conseguiu desviar da vaca, e bateu forte, matando a vaca e amassando bem a frente do carro. Os passageiros e a motorista sofreram apenas alguns arranhões e já estavam medicados. Só tinham que resolver os problemas do carro e da vaca.

Entrou em ação o dono do bar. Depois de falar que “a vida não é mole não” ele pulou do caixa, deixou o sócio tomando conta de tudo, pegou sua caminhonete e partiu para o local do acidente dizendo que ia resolver tudo. Nós voltamos a tocar.

Um pouco mais tarde chegaram lá os nossos amigos que sofreram com o acidente. Um com o braço enfaixado, outro com um esparadrapo no rosto, outro com mercúrio cromo no supercílio, mas estavam como sempre: alegres, sorridentes, curtindo as músicas, bebendo uns coquinhos e umas cervejinhas.

Quando perguntamos pelo dono do bar, disseram que ele prestou socorro, rebocou o carro e levou a vaca morta na caminhonete. Não apareceu mais no bar.

No final da noite quando voltamos para a casa, onde todos ficavam hospedados, lá estava o dono do bar no quintal já com a metade da vaca desossada. Ele, que já havia sido açougueiro, trabalhava rápido porque ia ter churrasco no dia seguinte. Churrasco de vaca atropelada. Em uníssono falamos para ele: “- a vida não é mole não” e fomos dormir.

No dia seguinte acordamos com aquele cheirinho de carne. Chegavam os convidados. Entre eles estava a motorista que matou a vaca, os passageiros que estavam machucados, nós os músicos e o dono da vaca que era uma pessoa conhecida na região e amigo do dono do bar. Como tinha muita carne, os freqüentadores do bar também foram convidados. Parecia que a cidade toda estava ali comemorando o final das negociações do acidente. Os prejudicados chegaram a um acordo e aí...

“...Veio camelô vender anel, cordão, perfume barato

E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato

Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira

E a moçada resolveu parar e então...” Kkkkkkkkkkkkkkk !!!!

A vida não é mole não!

Que Nossa Senhora do Eixão proteja nosso rebanho.

Duda Leal
Enviado por Duda Leal em 14/05/2009
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