Chegamos enfim ao último dia da nossa viagem ao sul do país. Com certeza foi um tempo que guardarei na lembrança por muitos anos, tanta beleza e cultura que circulam por estas terras.

Mas vamos ao que interessa! No último dia, mais uma vez acordamos muito cedo, tomamos um bom café da manhã e corremos para o Vale dos Vinhedos, local onde se encontra boa parte das vinícolas de Bento Gonçalves.

Nossa primeira parada era a Vinícola Casa Valduga, uma das mais tradicionais do Vale. E por coincidência ou não, chegamos ao local exatamente a tempo de fazer nossa inscrição para o “curso” que começaria imediatamente. E sem pensar duas vezes, fizemos.

Sinceramente eu esperava que fosse alguma visita breve pelas instalações da vinícola, coisa que duraria uma hora, ou um pouco mais. E como me enganei sobre isso...

O curso começou com uma visita aos vinhedos centenários, os primeiros trazidos pela família da Itália, e que ainda produz, vejam só! Fomos em seguida para uma unidade da vinícola onde se processa mesmo os primeiros passos da fabricação do vinho. A nossa guia, uma loirinha muito magra mas muito simpática, mostrou os equipamentos utilizados no processo, e explicou com detalhes suficientes para não nos deixar cansados, como se faz um bom vinho artesanal. Tudo isso coroado com uma visita aos tanques de fermentação da casa e da prova de vinhos ainda nesta fase. Foi memorável.

Depois, voltando ao prédio principal da vinícola, que em si já se parece com um castelo medieval em plena serra gaúcha, descemos por escadas de pedra, parcamente iluminadas, para o local que eles chamam de cave, ou seja, os porões do castelo onde se armazena o vinho, na quase total escuridão e com temperatura controlada, para maturação.

Eu fiquei espantado com o tamanho daquelas caves, e com a quantidade de garrafas, tonéis e barricas de carvalho espalhadas ao redor. E a cada momento descíamos mais escadas, para níveis mais profundos que, na nossa cabeça, se encaminhava para o centro da terra.

Você já deve ter notado que ninguém, até aquele momento, não tinha sequer olhado no relógio, tão empolgante que estava a visita até então. E olha que a melhor parte não tinha chegado ainda.

Terminada toda a parte técnica da visita, fomos a uma sala preparada para a tão esperada degustação de alguns vinhos da casa. Brancos, espumantes, tintos, jovens e envelhecidos. Foi uma profusão de vinhos que saímos da sala já levemente embriagados.

E foi só então que olhamos no relógio. Já era quase três horas da tarde! Foi difícil encontrar alguma coisa para comer àquela altura da tarde! Mas fiquem tranqüilos, eu encontrei almoço, sim, e muito decente por sinal, em um castelo (outro, imagina) à beira da rodovia. Come-se muito bem no sul...

Depois do almoço, fomos visitar mais uma vinícola famosa, a Salton, mas pelo horário só conseguimos conhecer a loja, é claro, e acabamos comprando alguns vinhos por lá mesmo, certamente após alguma degustação.
Para terminar a noite, uma refeição farta em um rodízio de filés, coisa que não existe para os lados onde eu moro, e cama, com a barriga, mais uma vez, bem cheia.
 

Pois é, meus amigos, aqui termina minha descrição desta viagem memorável ao sul do Brasil, onde conheci uma cultura voltada para as raízes da colonização européia e para o contato com a Natureza, que nós, de outras regiões do país, acabamos perdendo com o passar do tempo.

Fico por aqui, mas se você gostou, ou não, deste Diário de Bordo, deixe seu comentário. Ficarei muito feliz em saber sua opinião.
 
Abraços sinceros do Fábio Codonho
Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 12/05/2009
Código do texto: T1590241
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