UMA CRIANÇA CHORONA
Pra começo de assunto, uma indagação: atira a primeira pedra quem nunca chorou quando criança, principalmente em público, deixando a pessoa responsável numa situação constrangedora? Em se tratando de um choro por motivo justo, por exemplo, doença, uma topada, enfim uma dor qualquer, ainda dá para entender, mas mesmo assim será sempre uma situação insuportável, bizarra, chata. Agora, quando é um choro sem motivo aparente, isto é, só porque não teve um desejo satisfeito, por exemplo, um chiclete, chocolate ou qualquer outra guloseima que o pai, mãe ou responsável não quis comprar, seja qual for o motivo, por favor, sai de perto, pois tal choro, mais conhecido como “calundu” só será sanado, interrompido após um bom puxão de orelha ou no último caso, a criança chorona, birrenta, tiver o seu desejo satisfeito.
E foi mais ou menos isso que aconteceu um dia desse na Banca de jornal Safira do meu bairro. O garotinho pediu algo à mãe, mas ela fingindo de surda ou desentendida não lhe deu muita atenção. Aí então a criança usou a sua única arma infalível: o choro, soltando consequentemente um berreiro que chamava a atenção dos fregueses da Banca e até de quem estivesse passando na rua Dona Eloá. Ao perceber aquela situação fatídica no seu ambiente de trabalho, o jornaleiro, por sinal já conhecia até a preferência daquela criança, imediatamente pegou um pirulito e lho entregou. Ela logo que pegou aquela guloseima, seu choro foi contido, parou imediatamente, só as lágrimas continuaram no seu rostinho inocente, para alívio da sua mãe e de todos que estavam ali perto. Quanto ao autor dessa brilhante ideia, simplesmente com a sua atitude só veio corroborar o que diz o pensamento:
“NÃO DIGAS AO MUNDO O QUE ÉS CAPAZ, DEMONSTRE-O!”.
João Bosco de Andrade Araújo
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