TEM ALGO ERRADO POR AQUI

Um salário mensal de 350 mil reais, fora os demais benefícios, como participação em comerciais, campanhas publicitárias e mais uma infinidade de possibilidades que sempre se descortinam nessas ocasiões. Isso tudo é quanto o jogador de futebol Adriano, aquele mesmo que abandonou o futebol na Itália por sentir-se infeliz, irá receber do Clube de Regatas Flamengo, da cidade do Rio de Janeiro, que o contratou recentemente. E nem vou aqui citar o caso do “fenômeno” pois não aguento mais ouvir essa mídia baba-ovo falar nele. Em abril de 2008, quando ele se envolveu com os travestis no Rio, tentaram acabar com sua imagem a todo o custo. Agora, esses mesmos capiaus o aplaudem de pé. Nada contra ele, mas o assunto já esgotou, tanto quanto a gripe suína.
 
Dois crimes bárbaros e sem nenhum motivo aparente ocorridos nos últimos dias reforçam que, a cada dia que passa, a vida está valendo cada vez menos. Em um deles o marginal dá um tiro na moça que trabalhava no caixa de uma loja de conveniência em um posto de gasolina. No outro, o meliante atira sem nenhuma razão no cobrador de um ônibus urbano. Nos dois crimes as vítimas morreram na hora, sem esboçar a menor reação. As câmeras de segurança registraram os dois casos, que foram mostrados exaustivamente em vários programas da nossa TV.
 
A igreja católica, diocese do Rio de Janeiro, comprou um apartamento no bairro do Flamengo, zona sul do Rio, de frente para o mar, pela bagatela de dois milhões de reais, para um valor mensal de condomínio em torno de dois mil reais. Enquanto isso, o Vaticano, pede aos fiéis católicos que não assistam ao filme “Anjos e Demônios”, baseado no best-seller de Dan Brown, por considerá-lo mentiroso e ofensivo à igreja católica. Não sei o que seria mais ofensivo: a compra do apartamento ou o filme em si. Ou melhor, acho que eu sei sim.
 
O presidente do Brasil continua com suas peregrinações pelo Brasil e pelo mundo afora, nunca perdendo a chance de fazer suas piadinhas sem graça. E qualquer assunto é motivo para que tente se sobressair, esteja ele onde estiver.
 
O nosso falido e inoperante poder judiciário mostra as suas diferenças em transmissão ao vivo pela TV, envolvendo seu presidente Gilmar Mendes e o ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes. Uma falácia sem tamanho. Depois, alguns ministros se mostram em público apoiando o chefe e tentando denegrir a imagem de Joaquim, como foi o caso do ministro Marco Aurélio de Mello no programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes. E agora leio a notícia de que o STF absolveu Delúbio Soares das acusações que pesavam contra ele.
 
O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS), relator no Conselho de Ética contra o colega Edmar Moreira (sem partido – MG), acusado de praticar atos contra o decoro parlamentar, fez esta declaração: “Estou me lixando para a opinião pública. Parte da opinião pública não acredita no que vocês (jornalistas) escrevem. Vocês batem, mas a gente se reelege” (sic). E o pior é que ele está com a razão.
 
Estamos assim porque o brasileiro é um povo generoso demais, mas, ao mesmo tempo, excessivamente tolerante com os desmandos praticados por aqueles que não deveriam praticá-los.
 
Definitivamente, tem algo errado por aqui.
 
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