Políticos versus povo

Chega a ser desconfortável essa intolerância, essa incompreensão que se tem com os políticos! A todo instante, quando menos se espera, surge uma nova fustigação nas estafantes vidas desses injustiçados senhores da lei. Parece que esse bando de fofoqueiros não têm mais o que fazer! Bem feito serem ignorados em certos momentos por estes combalidos senhores, quando em algum desabafo dizem “se lixar” para a opinião da horda torturadora que fica dando ouvidos a uma imprensa ávida por notícias a custa do belo castelo de um; das passagens aéreas gentilmente doadas por outros; de uma frase que sai espremida na garganta pela pergunta inconveniente desses abutres da mídia! Que inferno essa vida de parlamentar! Dada à natureza generosa, altruísta e, por que não dizer, magnânima que possuem conferida por sua honrosa missão, precisam suportar aduladores, conseguirem pessoas de confiança para consigo trabalharem, deslocarem-se constantemente, amargando os mais impróprios cardápios e estalagens pelos confins desse país-continente e ainda ter que admitir vir a público suas pequenas fraquezas por míseros e raros agrados de empresários absolutamente bem intencionados, interessados apenas em compensá-los pela incompreensão popular, privilegiados que são pela visão e o talento que os pôs a onde estão. Será que não bastam as novelas? O futebol? A família? Os amigos? Precisam bisbilhotar a fonte meritória de seu progresso financeiro? A licitude de seus movimentos bancários? Os bens de seus parentes e empregados apenas levemente compensados por seus préstimos à nação? Que povo ingrato! Que raça mal-agradecida! Mas eles vão suportar com galhardia essa tsunami de invejosos que lhes ofende. Afinal, o destino lhes traçou a linha da servidão sem mágoa e eles hão de tolerar o assédio interesseiro do voto, mesmo que insistam em declinar dos cargos. Hão de suportar mais mandatos pelo bem maior daqueles que lhes apupam e um dia, cristãos que são, serão compensados no céu dos políticos onde verão este mesmo povo que os degradam hoje serem os parlamentares que eles já foram e então, possam pagar por tudo o que lhes causaram.