Porta - Cacarecos!
Porta – cacarecos!
Todas parecem ter fundo falso, sempre comportam bem mais do que se supõe e surpreendem quando tiramos de lá itens inimagináveis. E com tantos itens causam alguns apertos e sempre nos complicam naquela horinha, quando tem-se certeza que aquele boleto do condomínio que o porteiro entregou logo cedo como que por encanto desaparece,você busca incessantemente, o Caixa lhe dirige um olhar inquieto, a gigantesca fila atrás de você murmura e nada... Ele some meio ao caos.
Dia desses mais um “mico” da bolsa, mais uma pegadinha. Tenho uma bolsa de tecido marrom acamurçado que ganhei de uma amiga, veio lá de Machu Picchu. Tem alças trançadas e argolas encapadas. Eu adoro. É quase um grande,fundo saco.Entro em um ônibus cheio,pessoas querem passar afobadas, em completa sensação de segurança mergulho o braço quase todo na dita,busco o cartão “Passe- Fácil”, reviro, revolvo e nada, não sei me equilibro ou caço o tal. Olho para os passageiros sentados no coletivo e todos me olham com ar de riso, quase que torcendo pelo meu sucesso na busca. Decido sair, passar a vez e sigo buscando, o braço quase todo enfiado na bolsa. Um senhor de idade compadecido oferece seu assento preferencial para que possa procurar mais confortavelmente.Percebo então meu ridículo, agradeço ao gentil senhor,decido catar a carteira e pago com dinheiro a passagem.Finalmente passo a roleta.Eu e meus companheiros do ônibus rimos delicadamente.
Meio atrapalhada sento e procuro o “mágico” cartão. Uns segundos são suficientes para encontrá-lo.
Nesse “ saco” carrego meio Museu, meia Biblioteca, farmácia emergencial, inacreditáveis cacarecos, tudo útil, imprescindível.
Tenho uma amiga que quando na rua perde-se em sua bolsa, aborrecida e decidida acha uma calçada, vira a tal de ponta-cabeça, senta e busca o “tesouro perdido”.
São companheiras nossas inseparáveis, cúmplices nas “surpresas”, nas armações, nas conquistas, nos sentimentos e refletem nossos traços, modo de ver a vida, como estamos naquele dia, o quão somos práticas, confusas ou atrapalhadas. Difícil é viver sem elas.Quase impossível, inseparáveis carregam materialmente alguns sonhos,marcas, memórias, manias, nossa materialidade, apegos...
As minhas não são meus itens preferidos do vestuário, mas adoro as grandes, coloridas, de tecidos, as cruas, tenho também as carteiras, as micro sociais, as de couro, enfim. Sempre é bom estar prevenida.
Ah, esqueci de falar. Minha “sacolinha” abriga também uma “ mini-ameniza-fome”, tira do aperto. Sempre há biscoitinhos, balinhas, barrinhas, às vezes bananinhas, enfim dependendo do desejo uma “ amostra grátis” de várias guloseimas! Nesta área faz sucesso sempre! Que digam os amigos e amigas!
# Mote de hoje do Poesia "on-line": Bolsa de Mulher!