MÃE

Sentei-me frente ao computador, abri o Word, para escrever uma poesia sobre “A Mãe...
Pensei, repensei, queria algo inédito, mas não consegui. Tudo já foi dito milhares de vezes..
Nada mais há que se possa escrever que já não tenha sido escrito.
Não sei porque, neste momento comecei a lembrar-me de minha mãe, que já faleceu há mais
de 30 anos, e vocês não vão acreditar, meus olhos começaram a ficar embaçados,
Tirei meus óculos e limpei-os e coloquei novamente. Então, percebi, que lágrimas começaram
a descer pelo meu rosto. Não queria acreditar, pensei, mas o que é isso, depois de tantos anos,
vou agora me emocionar, desta forma, por lembrar de minha mãe?
E cada vez mais as lágrimas caiam, já molhavam meu teclado, precisei parar, lavar os olhos,
limpar os óculos, ainda incrédulo tentei recomeçar a escrever.
Foi ai que aflorou em mim um pranto convulsivo. Não chorava assim, há tantos anos...
Pois, meus amigos, nunca poderia imaginar que eu, com mais de 65 anos, ainda pudesse
emocionar-me as lágrimas, pela lembrança da figura de minha mãe.
Mãe é isso. É uma eterna lembrança, é um amor que jamais nos abandona, fica impregnado
em nossa alma.
Perdoem-me, mas agora entendo plenamente o significado de mãe.
O meu pranto convulsivo aqui frente a esta máquina inanimada é minha homenagem a todas
as mães.
Queria algo inédito, pois ela me ajudou, de lá onde quer que ela esteja, a conseguir.
Meu pranto não é de dor, é de saudade, e deve ser de felicidade para quem tem ainda, a seu lado
sua mãe.
Feliz dia das mães, não trago flores, nem cartão, trago do fundo do meu coração,
do interior de minha alma o meu pranto, mais digno e mais amoroso que
um homem pode dar.................Marco Antonio Orsi