Vigia a Língua
A língua é um órgão fascinante: auxilia a fala, ajuda o paladar; laça o amante num beijo; mas se não for bem vigiada, corre o risco de nos enforcar.
Já vi gente amarrado em palavras; já vi gente acorrentada em promessas. O que sai pela boca não pode ser novamente guardado e boa parte não é poema.
A língua afiada é pior que qualquer arma; fere não apenas o corpo, machuca profundamente a alma.
A palavra quando mal dita destrói impérios, atrai os cavaleiros da guerra, não planta, enterra.
Feliz de quem pára a intenção vândala em palavra calada; no silêncio do não dito – no observar e na cautela.
Falar todos falam; domar o cavalo selvagem do tudo querer expressar é trabalho árduo e nem todos conseguem essa proeza alcançar.
A palavra é de ouro.
O silêncio é muito mais valioso.