VAMPIRO
Enquanto ela comia, discorria língua a fora, goela a dentro, sobre a vida de Fulano e os fazeres de Sicrano.
Fulano this, Sicrano that, energia circulando com alimento mundo a dentro; Fulanos cá, Sicranos acolá, energia enviada pelo ar, por sintonia, mundo a fora.
E eu aqui me pergunto:
Que assuntos ponho na mesa?
Que papo me alimenta?
Que assunto engulo?
O que fico julgando ser certo ou errado?
A vida do outro não é proteína.
O que ele faz ou desfaz não é carboidrato
Cuidado com o que da mente é liberado, com o que da língua sai.
A prática é unânime: vampiro não se alimenta só de sangue.