MENINO DO RIO

 
Com cara de quem nada quer com o trabalho, ele andou a contar coisas que até mesmo os anjos duvidavam que ele estivesse batendo bem da cabeça. Já que de bola ele não queria nem mesmo saber, e ainda tirava onda, quando se achava ser ,menino do Rio. Sempre morou numa famosa favela dentre tantas pessoas boas e más.

Muitos da vizinhança até o chamavam de louco por ter dispensado um montante invejável de um clube europeu. Mas quando alguém se aproximava perguntando algo mais sobre a sua volta ao futebol, ele apenas dizia:

_ Estou exausto, quero curtir um pouco. Talvez jogar futebol, jamais. Nem mesmo que a vaca tussa, não quero mais, acabou. De vez enquanto, uma peladinha entre os amigos, descendo uma redonda, pra mim já basta. Essa de imperador, nunca me fez a cabeça, joguei, não posso negar pra dar uma vida melhor a minha mãezinha. Hoje não pretendo sair de jeito nenhum de perto deste Cristo, quero vê-lo todos os dias.

E assim ele continuava com aquela conversa mole, querendo enganar aos outros, coisa que não enganava aos mais experientes. Sempre com uma mulher diferente, loira de preferência, ruiva ainda pode ser, mas da cor do mesmo nem pensar. Gastava a rodo, como se diz, aos tubos. Pagar a multa de quebra de contrato com o antigo clube, quem quisesse procurasse um dos tantos representantes, seus assessores.

E assim fora tanta farra que o mesmo aprontou; gasto que nem se calcula o quanto. Até que, um clube rubro negro, o procurou e lhe fez uma proposta, que aquele do timão, que muitos falavam que já se encontra bichado, faz hoje por tanto a alegria de muitos.  

Hoje esse que era tido como um derrotado, já superou tudo, deu mais uma vez  mais uma vez à volta por cima, e dá sempre exemplo de superação sendo novamente mais uma vez campeão invicto. Bem diferente deste que joga bem menos bola e se acha o tal.