Corra que o repórter vem aí!
É incrível! Do mesmo jeito que você se espanta com início de texto declarando sem complementar o raciocínio, as pessoas nas ruas se assustam com os repórteres loucos por uma sonora. Sonora, pra quem não sabe, é a entrevista que o sujeito dá ao jornalista. Mesmo contra sua vontade.
É mais ou menos assim: a gente vai à rua com uma pauta sem entrevista marcada. Na verdade, nem dá pra marcar, por que a idéia é pegar o povo e saber dele alguma opinião, pode ser se ele gostaria de dar aquela entrevista. Mas, quando vê um cara com um microfone na mão ao lado de um cinegrafista, o cidadão faz um leve desvio em seu percurso.
Mas a gente é cara de pau! Vai assim mesmo tentar a entrevista. “Boa tarde você concorda em ser entrevistado?”, pergunto. Se colocar o microfone no nariz dele, ele fala. No mínimo empurra o microfone, mas aí já registramos sua ignorância.
Eu sei que dar entrevista é osso, eu, inclusive, não gosto de se entrevistado, eu gosto mesmo é de ser entrevistador, por isso que escolhi ser repórter, você, que aparece na minha frente, não! E mesmo que seja jornalista, coloco o microfone assim mesmo! Gaguejo, afinal nunca sei quem anda armado, e pergunto.
Apesar de conseguir as tais da entrevistas na tora, é visível que quando veem um repórter o povo se apaixona pelo atletismo. Alguns, inclusive, testam o revezamento 100mt. com barreira. Fazem o sinal da cruz, e deixam o jornalista com o microfone na mão, literalmente.