ILUSÃO, NECESSIDADE DA RAZÃO
ALÉM DOS OLHOS
Eu não pretendo que ninguém me entenda
Não procuro explicações para saber o que sinto
Apenas sinto e sou
Não procure entender o que lê
Desconfie de mim
Quando enxergar o papel sem tremor nas linhas
As curvas e pontos bem colocados.
Palavras com sentido total.
Não sou eu.
Eu sou:
Um sentir diferente
Um pensamento inconstante.
Assim,
Você me encontrará,
Embora nesta hora
Já esteja bem longe
Em outra mente
(Yasmine Lemos)
Ontem eu publiquei aqui no Recanto um texto, cujo tema foi sugerido pela escritora Marília Paixão; a Yasmine leu, gostou e sugeriu um outro tema, que eu aceitei e é título deste texto. Só que a Yasmine, anda alisando banco de faculdade, às voltas com o mundo da filosofia, psicologia, o escambal, pisou fundo e eu não sei como vou me sair, por isso, comecei tentando agradar, publicando um poema seu, que eu gosto muito e que faz parte do seu livro “Vestida em Versos”, publicado pela Offset Gráfica-RN de propriedade do mecenas Ivan Junior, conhecido na praça como tal e de quem tenho o privilégio de ser amiga.
Vamos ver como me saio, mas antes perguntaria a Yasmine se ela andou lendo Parmênides, que nunca confiava nos sentidos, pois acreditava que eles nos oferecem uma visão enganosa do mundo e que o seu papel na condição de filósofo (racionalista) era desvendar todas as formas de “ilusão dos sentidos”.
Para Descartes, “a razão é igual em todos os homens. A razão é o bom senso, e todos devem desejar possuí-la, pois representa o poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso”.
Quanto a ILUSÃO, na acepção exata da palavra, não passa de engano dos sentidos ou da mente, que faz que se tome uma coisa por outra, que se interprete erroneamente um fato ou uma sensação. É Sonho, devaneio, quimera.
Agora, vamos para os finalmentes: levando-se em consideração que, pela ótica de Descartes, a RAZÃO é o bom senso, o discernimento entre o verdadeiro e o falso e a ILUSÃO no seu exato significado, é sonho devaneio, quimera etc., só comprova que a ILUSÃO não se faz necessária à RAZÃO, pois esta dispensa o falso.
E só para atrapalhar, vem Nietzsche e afirma: “que na prática a ‘filosofia’ na medida em que genuinamente olhe para dentro do ‘abismo’ da realidade, necessita das ILUSÕES embelezadoras da arte a fim de perecer na verdade”
Dito isto, devolvo a bola pra ti, minha querida amiga e que tu tires as tuas conclusões.