CHUVA

Sábado a noite, choveu o dia todo. Chove ainda, mas eu gosto.

Não sei ao certo a mágica que a chuva tem prá mim. Ela me tranquiliza e me acalma. Acho que é porque vivi numa cidade muito quente. Meu quarto era pequeno, mas a janela era grande e tinha grades. Assim, podia dormir com ela aberta todas as noites.

Minha mãe plantou um pé de dama-da-noite debaixo da minha janela e, quando floria, perfumava toda a casa.

Gostava quando chovia porque refrescava e eu podia soltar barquinhos de papel nas enchurradas. Acho que foi assim que a magia da chuva entrou na minha alma. Eu devia ser bem pequena porque na minha lembrança eu olhava a vidraça de muito baixo para cima.

Gostava de ver os caminhos das gotas escorrendo e ficava observando durante muito tempo.

Eu gostava da chuva.

Eu ficava muito feliz quando chovia.

O mundo ficava mais verde e limpo.

O cheiro do ar ficava mais puro e mais fresco.

Ainda hoje é assim e, pelo andar da carruagem, será para sempre.

Glaucia Tassis

GLAUCIA TASSIS
Enviado por GLAUCIA TASSIS em 05/05/2009
Código do texto: T1577807
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