A TERRA E O AMOR MATERNO
Produtiva, a terra faz pelo homem o desabrochar das sementes nela depositadas. Devolve o seu trabalho com a mesa farta, capaz de saciar a fome de quantos dedicam o seu tempo a cultivá-la. Lindo é o nascer de tenros brotos, entregues à força da Natureza, ao vento, à chuva, a toda sorte de ameaças.
Transfigurados em flores, depois em frutos, vão dar origem às novas sementes, tão logo atiradas à terra, continuarão o ciclo vital para a sobrevivência daqueles que a cultivaram.
Semelhante ao amor materno é o exemplo da terra cultivada, invadindo os nossos olhos de verde. Aos filhos, brotos tenros entregues a toda sorte de ameaças na luta pela vida, o amor de mãe bem cultivado, autêntico, conduz sem interferir, disciplina sem magoar, ama, sem exigir. Sabe devolver com redobrada ternura tudo quanto recebe e nada pede em troca.
Até mesmo ao ver o desabrochar de sua “semente” em frágil criança, depois em ser adulto, continua guardando a doce imagem do inocente menino a quem acalentou um dia.
Nem a terra, nem o amor materno, férteis, generosos, têm preço.
MCC Pazzola
09/05/1984.