REALIDADE
Não por que era bela mas por seu sorriso carente.E era real,não mais um personagem.
Quase pedindo companhia.Tentou desviar o olhar e pensar em outra coisa,nada.Impossível.
Seu desejo masculino já se fazia presente e a vontade de ter alguém de verdade falou mais alto.
Chamou o garçom com um gesto,perguntou o que ela estava bebendo e mandou que servisse outro.
A moça olhou pra ele assim que o garçom lhe entregou o chopp.
Levantou-se e caminhou em sua direção.
Antonio num rompante levanta-se também-ela então diz:
-Obrigada,posso me sentar com você?
Ele assente com a cabeça e sentam-se os dois.
Então começam um diálogo que ele há muito tempo não tinha com outra mulher.
Esquecera-se completamente das figuras que atribuía vida para finalmente falar sobre algo verdadeiro.
Deixou Ingrid e a solidão de lado.Num bate-papo animado sua noite foi passando.Ela chamava-se Andréa e trabalhava como professora de educação infantil num pequeno colégio perto dali.
Quase nunca entrava naquele bar,mas naquela tarde decidira tomar um chopp e esquecer um pouco seus problemas,sua solidão.
Enquanto ela falava, Antonio imaginava a professora com seus aluninhos.
Ela contava histórias e eles atentos , escutavam.Havia um menino,o Paulinho que gostava quando ela falava sobre animais..A Ana que detestava ficar sentada e aquietava-se somente embaixo da mesa.
O João Felipe que comia massinha de modelar , a Isabela que roía a ponta de todos os seus lápis.
A Júlia que gostava de plantas e adorava quando iam até a horta.
Pronto ,ele já estava novamente fugindo da realidade e inventando figuras novas.
Será que era tão difícil assim ficar com os pés no chão e apenas viver?
Devia era aproveitar aquela companhia feminina e não pensar em seus personagens imaginários.
Andréa inspirava algo novo,bom.
Sentiu que sua vida,iria mudar.