CONJECTURAS.
Hoje eu conversava sobre trivialidades com Olga. Olga é a minha deliciosa companheira e avó da minha netinha, pelo simples fato de em um determinado dia dos vividos anos 80, ter se prontificado a fazermos a bela arte de produção da mãe dela (da minha netinha, não a minha sogra, que fique bem claro!).
Ela (Olga), na sua maternal sabedoria, disse:
_ Leo poderia se mudar para Belo Horizonte...
Leo é o meu genro, que se casou com a nossa menina dos anos 80, e pai da minha neta.
A confusão está sendo desfeita? Ainda não? Explico melhor: Eu e Olga produzimos a mãe. Leo conheceu a mãe e os dois produziram a minha netinha (agora sim, ficou claro quem é quem).
Então voltemos ao desejo de Olga:
_Leo poderia se mudar para Belo Horizonte...
Sem pensar definitivamente nas razões dela (Olga), penso que realmente isso seria muito bom. Ele (Leo), é um bom companheiro. Ajuda na cozinha, nas compras (até com o dinheiro dele, às vezes). Prontifica-se a mentir que está sem sono para ser companhia no atendimento a caminhoneiros pela madrugada (só para acompanhar o sogro). Torce pro galo e hoje já não defende tanto o seu presidente Lula. Cresceu muito no meu conceito esse rapaz.
Leo realmente faz falta e hoje até entendo o que a minha filha viu nele. Tentei fazê-la prestar atenção ao nariz, aos pneus abdominais e à “brancura rinso” desse rapaz. Mas ela viu mais do que os meus olhos (ceguinhos?) viram. Não perdeu a oportunidade e resolveu ser feliz. Em todas as chances que tem, ela (a mãe, da neta, evidentemente) me confirma isso. Diz que continua apaixonada... Terá, essa menina, os olhos ceguinhos do pai?
Outra vez volto à Olga:
_ Leo poderia se mudar para Belo Horizonte...
Veja bem Leo, acho que ela (Olga) está certa. Vou exagerar nos meus gastos em loteria. Ficar rico seria uma forma segura de trazer você de volta. Eu compraria a Financeira Unibanco, transferiria a direção da empresa para Minas Gerais e você seria meu funcionário. Poderia assim, mandá-lo para qualquer lugar e agradaria à dona Olga, trazendo-o para Belo Horizonte. Sei que você vai dizer que ganhando na loteria eu teria formas mais fáceis de te convencer. Porém, eu tenho certeza, transformá-lo em meu funcionário seria menos dispendioso. Poderíamos manter o bom o papo de domingo, ler o jornal em conjunto, discutir os artigos da Veja, fazer você tomar um conhaque à força (fingir que acredito no seu fingimento do gosto pelo conhaque) e ouvi-lo atender solícito, o falar mais alto da minha filha (a mãe da neta) chamando-o “Leonaaaardo”. Nestas situações é bem comum Olga me dizer: vamos lá pra dentro que a coisa está ficando preta (ou seria que o bicho está pegando!)?
Pois bem meu genro, estou torcendo muito para que você volte. Estamos todos com saudades. Vamos fazer pensamento positivo. Torcer com afinco. Que a natureza nos dê outra solução que não seja a loteria (essa é muito difícil). A torcida aqui de casa te quer de volta logo! Todos nós: vovô, vovó, titio e titia... Desculpe-me: seu sogro, sogra e cunhados!
Há!
Não nos leve a mal e nem nos julgue interesseiros, mas enquanto não vem, nos mande a nossa netinha...