Feedback

Valendo-me de um moderno dicionário eletrônico, fico sabendo que a palavra inglesa feedback significa um importante recurso porque permite que nos vejamos como somos vistos pelos outros. Com grande satisfação, recebo o feedback das crônicas publicadas aqui, comentários de muitas pessoas amigas, outras que nem conheço mas que lêem nosso trabalho e interagem com esse espaço do Portal Itabaiana. A todos agradeço e peço permissão para publicar alguns desses comentários.

Do meu compadre Davi Andrade, que hoje mora na cidade de Palmas, em Tocantins, recebo essas linhas sobre a crônica “Natal dos severinos”:

Grande irmão Fábio Mozart:

Só você mesmo com essa verve audaz, simples, porém viva e picante para nos trazer de volta no tempo mais de oito décadas, em tão poucas linhas; como no filme "Em algum lugar do passado", somos levados a uma Itabaiana, que, nas primeiras décadas do século 20, era reconhecida pelo talento multidisciplinar de seu povo... Eu, você e uns poucos felizardos ainda pegamos uns bons saldos dessa época, entre os últimos anos da década de 1960 e boa parte da de 1970. Fábio, ajude a resgatar esse passado, não como atavismo arcaico de quem parece não ter futuro, mas como lastro firme para as gerações atuais e futuras.

Abraços

David Andrade Monte

Palmas - TO

De Brasília, vem o comentário da saudosa itabaianense Rosário Paiva:

Caro Mozart:

O “Natal dos Severinos” me fez relembrar algumas pessoas por demais importantes da nossa querida Itabaiana. O nosso grande Maestro Sivuca foi aluno da minha mãe no distrito de Campo Grande. Ela jovem era professora no grupo estadual onde Sivuca era aluno e, segundo conta minha mãe, era ele quem animava as festas da escola, sentado num tamborete e tocando uma sanfona de oito baixos. Minha mãe é Nicia Henriques de Paiva, filha de Seráfico da Silva Santos, morador do distrito de Campo grande da margem esquerda do rio Paraíba. O carrocel de Possidônio, armado ao lado da Igreja Matriz na festa de Nossa Senhora da Conceição, eu corri muitas vezes nele. Achava uma maravilha e alimentava meu desejo de criança, correr de carrocel. Depois visitava com os meus pais o pavilhão da festa onde D. Maria José Duré era uma batalhadora incansável. Também dancei o pastoril do Colégio de Marieta Medeiros, no cinema da cidade. Fazia parte do cordão azul e ajudava a angariar recursos para a melhoria do colégio. E por aí se vão as lembranças. Felizes somos nós que temos mil motivos para nos lembrar do nosso passado. Desejo a você um feliz Natal e um Ano Novo cheio de Paz e muitas realizações.

Rosário Paiva

O leitor Benjamim, que se intitula “Paraibinha”, lembra também de vultos e instituições que ficaram na história de Itabaiana:

Olá Sr. Fábio!

Esta crônica dos três severinos, sinceramente, me comoveu. Bela página. Os três precisam ser conhecidos e respeitados por nossa juventude, precisam ser reverenciados por este mesmo povo que hoje, sendo depositário desta cultura, já não gera o caldo sócio-afetivo que proporcionou o surgimento dos mesmos três. Enfim, povo que gestou os gênios e hoje herda a genialidade (embora aparentemente obscura noutra aparente relação social embrutecedora). Por mais que se maltrate, por mais que se explore, esse nosso povo conduz o gérmen da mais genuína cultura. Embora às vezes não saiba explicar até porque a carga de opressão tenta impor a alienação (econômica e) cultural. Mas o povo ta aí. Povo dos Taiobas, do Pão Duro, do boi de Zé Espiciá e dos caboclinhos, dos altos de Itabaiana e da beira do rio. Muitíssimo agradecido, Fábio, por soprar as brasas da fogueira!

Um abraço,

Benjamim.

Esse é o chamado salário moral de quem escreve. Receber o tal feedback de pessoas tão inteligentes e amantes de sua terra natal, saber que muitos nos lêem pelas manifestações que recebo via correio eletrônico. As crônicas, histórias e reflexões sobre Itabaiana estão maturando para fazer parte de um documentário cujo roteiro estou preparando. Projeto para 2009, a partir do Ponto de Cultura “Cantiga de Ninar”, que será brevemente inaugurado na terra de Zé da Luz, através da Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, com apoio do Ministério da Cultura. É aguardar.

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 04/05/2009
Código do texto: T1575663