JESUS, O CORINTHIANS E A FAVELA
Jesus, o Corinthians e a Favela.
O Corinthians foi campeão! E eu com isso? É o que você pode está perguntando neste momento, principalmente se você for São Paulino, Palmeirense, Santista ou simplesmente anti-corinthiano. Mas peço que você reflita sob um olhar mais humano do fato.
Naquela noite peguei o carro para ir com minha família à uma reunião cristã. E é inevitável pegar as pistas principais da cidade, sem passar por favelas (o que não me incomoda). Passei por ruas estreitas e o que vi realmente me impressionou. Moradores colocaram seus aparelhos de TV em mesas na garagem, para compartilharem com os vizinhos um momento de descontração. Não apenas descontraído, mas festivo momento, afinal o Corinthians ganhou o campeonato.
Pessoas se abraçavam, crianças pulavam, meninos corriam, meninas choravam e a favela virou uma festa só. Era ali a festa do oprimido, do miserável, do humilhado, do pobre, marginalizado, sofrido, mas felizes e bem-aventurados. Sorriam com sorrisos largos, mesmo que sem dente algum, sorriam! Comemoravam histéricos, mesmo que mudos na sociedade, gritavam!
Por um momento, as cores de pele se uniram, as dividas sumiram, as humilhações fugiram e os pobres gritavam: É Campeão!
Lembrei-me de imediato de meu irmão (Corintiano roxo), que está preso no interior do estado. Há mais de três anos ele cumpre pena em regime fechado. Imaginei o seu jeito “fechado” de poucas palavras, que não gosta nem de apertar mão de homem, mas que naquele momento devia estar abraçado com dois ou três companheiro de cela gritando: É nóis!! Campeão!!
Esse Corinthians campeão é aquele mesmo que permeou pelas estradas da segunda divisão. Caído, rebaixado e humilhado, mas agora estende ao país a faixa de campeão. Eis a glória da Favela.
E Jesus onde entra nisto tudo?
É bem ali no humilhado, no marginalizado, no desempregado, no sofrido que Cristo um dia foi buscar. Desceu a terra em forma de homem pobre, de fato rebaixado e humilhado. Mas assim sem querer ser mais do que outro (mesmo sendo) que resgatou os perdidos. A multidão de “ovelhas sem pastor” teve esperança nos dias, teve grito no mundo, teve alma na vida.
Um a um, Jesus resgatou: o leproso impuro, o coxo amaldiçoado, o cego, o pobre, a viúva, você e eu. Mostrou a cara de um Deus que reflete na face povo; na paciência da espera, na luta de vida e no amor pelos seus.
Mas este Jesus também sofreu a queda da cruz e a dor lhe pôs a prova. Mas lá, onde se reúnem os marginalizados, lá estava seu pensamento. E Jesus suportou e morreu!
Mas depois de três dias o grito da favela que estava preso na garganta, que estava dentro da alma, que estava junto ao peito ecoou na cidade e explodiu!!! Jesus Ressuscitou!! É Nóis! Campeão!