Perdido entre o Presente e o Passado.
O homem dera as costas e agora às vezes acelerava o passo, às vezes quase parava.
Uma ponta de saudade ardia no fundo do coração. Os últimos dias haviam se tornado encenações diferentes de uma mesma peça. Existia liberdade, mas esta o estonteava.
Liberdade para tudo, inclusive para sentir-se preso. Retornar era uma possibilidade louca ante o rumo tomado pelos acontecimentos.
O sono tornara-se cada vez mais intranqüilo e nos momentos de insônia, descobriu-se sozinho. Era como se a razão de viver houvesse desaparecido. Mas qual nada, continuava vivo.
Havia uma ansiedade que se transformava, lentamente, numa estranha calmaria. Havia tristeza em reconhecer que , de tantos sonhos, sobraram apenas desilusões.
O espelho refletia a mesma figura, tão transparente quanto oculta. As coisas andaram mais depressa que os sentimentos, não dera tempo de acompanhar.
Agora uma obtusa lucidez mantinha o homem em pé. A solidão tornou-se assim, o lugar ideal para encontrar o próprio eu. Mas isso não é simples quando é a tristeza que invoca o nascer de cada dia.
Povoava o dia uma sonolência do horário, que caminhava a passos lentos. Restava fugir da realidade. Restava fugir da realidade que conspirava contra ele. Sobrevivia, naturalmente, mas tornara-se difícil dar rumos ao viver.
Confundia-lhe o desejo de carícias e a vontade de cultivar sentimentos. Uma moral pré-concebida, herdada do contexto social, parecia tornar os dois desejos inconciliáveis.
Alma e corpo embatiam, retalhava-se o homem.
Medo dos instintos, veneração à racionalização. Mas qual nada. Pensava-se de um jeito e agia-se de outro. Absorviam-se os pré-conceitos sociais mutando-os numa repressão psicológica individual.
Tremendamente indigesto ter que engolir o contexto onde se vivia, assim como engolir a si mesmo. Restou sonhar com voos livres, mas não passou dos sonhos. Os pés estavam alicerçados no chão
Grande dualidade humana, ser primitivo, e ter a capacidade de não ser. Ser primitivo é muito mais fácil, basta deixar a correnteza levar. O contrário exige músculos, exige vontade de bater braços.
Criou-se assim uma situação degenerativa. Cavara-se a própria mortalha e ora caía, ora tentava sair.
Pensamentos dão lugar novamente à visão, à cena. O homem afasta-se, está cada vez mais longe. Seu vulto diminui progressivamente. Porém, quebra-se a tendência e, numa fração de minutos, ele vira o rosto.
Estranha expressão. Ele está opaco e ao mesmo tempo lívido. O homem tentou ser homem entre pedras, mas qual nada. Foi o homem quem virou pedra.
O homem dera as costas e agora às vezes acelerava o passo, às vezes quase parava.
Uma ponta de saudade ardia no fundo do coração. Os últimos dias haviam se tornado encenações diferentes de uma mesma peça. Existia liberdade, mas esta o estonteava.
Liberdade para tudo, inclusive para sentir-se preso. Retornar era uma possibilidade louca ante o rumo tomado pelos acontecimentos.
O sono tornara-se cada vez mais intranqüilo e nos momentos de insônia, descobriu-se sozinho. Era como se a razão de viver houvesse desaparecido. Mas qual nada, continuava vivo.
Havia uma ansiedade que se transformava, lentamente, numa estranha calmaria. Havia tristeza em reconhecer que , de tantos sonhos, sobraram apenas desilusões.
O espelho refletia a mesma figura, tão transparente quanto oculta. As coisas andaram mais depressa que os sentimentos, não dera tempo de acompanhar.
Agora uma obtusa lucidez mantinha o homem em pé. A solidão tornou-se assim, o lugar ideal para encontrar o próprio eu. Mas isso não é simples quando é a tristeza que invoca o nascer de cada dia.
Povoava o dia uma sonolência do horário, que caminhava a passos lentos. Restava fugir da realidade. Restava fugir da realidade que conspirava contra ele. Sobrevivia, naturalmente, mas tornara-se difícil dar rumos ao viver.
Confundia-lhe o desejo de carícias e a vontade de cultivar sentimentos. Uma moral pré-concebida, herdada do contexto social, parecia tornar os dois desejos inconciliáveis.
Alma e corpo embatiam, retalhava-se o homem.
Medo dos instintos, veneração à racionalização. Mas qual nada. Pensava-se de um jeito e agia-se de outro. Absorviam-se os pré-conceitos sociais mutando-os numa repressão psicológica individual.
Tremendamente indigesto ter que engolir o contexto onde se vivia, assim como engolir a si mesmo. Restou sonhar com voos livres, mas não passou dos sonhos. Os pés estavam alicerçados no chão
Grande dualidade humana, ser primitivo, e ter a capacidade de não ser. Ser primitivo é muito mais fácil, basta deixar a correnteza levar. O contrário exige músculos, exige vontade de bater braços.
Criou-se assim uma situação degenerativa. Cavara-se a própria mortalha e ora caía, ora tentava sair.
Pensamentos dão lugar novamente à visão, à cena. O homem afasta-se, está cada vez mais longe. Seu vulto diminui progressivamente. Porém, quebra-se a tendência e, numa fração de minutos, ele vira o rosto.
Estranha expressão. Ele está opaco e ao mesmo tempo lívido. O homem tentou ser homem entre pedras, mas qual nada. Foi o homem quem virou pedra.