Sonhar é preciso
A fusão entre real e fictício é um dom que o homem possui e o diferencia dos animais. Esta conciliação permite o crescimento intelectual e o impele a mundos tão fantásticos e idealizados que um dia poderão ou não tornar-se realidade. Além de, possibilitar dias menos fatídicos diante de uma realidade tão cruel. Sonhar é preciso. Com os sonhos criam se metas a serem atingidas. Objetivos a serem conseguidos. E mesmo que não acumulemos ouro em nossa jornada. Ainda que formemos um batalhão de Sancho Pança, milionário de açoites ou um Dom Quixote não encontrando sua Dulcinéia, mas, com os ideais realizados em seus devaneios, terá seu crédito, pelas virtudes ou pelas loucuras.
Não fosse a audácia dos grandes sonhadores a história se estagnaria. Foram pessoas comuns, que sonharam com mudanças da humanidade, que sonharam com a evolução, e assim a fizeram, deixando sua contribuição. Pessoas que se tornaram célebres pelos seus feitos, porque acreditaram em seu sonho.
O sonho é inerente ao ser humano. E, em dias como os de hoje não podemos deixar de sonhar. As notícias com que deparamos ininterruptamente nos jornais e TV nos transformam em céticos, quanto ao nosso futuro, tal o bombardeio de informações, de uma sociedade aparentemente em decadência.
Sonhar primeiramente com nossas realizações pessoais e àqueles que nos cerca: Em conquistas espirituais, para que possamos estar bem conosco e com o próximo e em conseqüência advindo o emocional, cultural, intelectual..., não necessariamente nesta ordem. Em conquistas do nosso bem material – pois este não é condenável, à medida que nos proporciona melhor conforto, sem ganância, sem exageros -, e sem prejuízo ao nosso semelhante.
Em seguida, sonhar com o fim da impunidade, fim das drogas, da corrupção, da miséria, das dores, da AIDS, da gripe suína. Fim da guerra na faixa de Gaza, fim de atentados terroristas, assaltos a banco, pais matando filho e filho matando pais. Fim de pessoas desabrigadas pelas chuvas, fim do homem escravo do papel e fim do homem escravo do homem.
Todos estes sonhos poderão tornar-se realidade depois de os sonhos individuais serem realizados. Não precisaremos transformar-mos em Dom Quixote, mediante a tantas informações catastróficas veiculadas, levando-nos a loucura, para fazer-mos justiça com as próprias mãos e assim escrever-mos o livro da nossa vida.