VIDA VELHA ROUPA NOVA

Achei não seria possível,

crescer e andar novamente. Sentir o perfume da lua, de lento atravessar a rua.

Ganhar e guardar, pedrinhas de ouro esculpida no rolar da chuva.

Ganhar e guadar pérolas, para depois ler.

No frio entrelaçar os pés,

no aconchego da madrugada, ver crescido os passarinhos, dando a cria sua lida...

Achei não seria possível,

Novamente, me olhar no espelho,

na alma enxergar primaveras, depois de tão longo frio,

ascender no espírito a chama, poder me deitar na grama.

Saber, tentar recomeço, reconhecer erros e falha nas ganas,

pedir perdão com a alma, reconhecer que é de carne...

Achei, encontrei meu caminho!

tudo o velho se fez novo, aprendi de fato a andar

iniciando por engatinhar, pedir colinho e dar.

Os passarinhos pousados,

pedrinhas de ouro, por todo lado, pérolas em pasta arquivadas, para serem consultadas relidas, e aplicadas.

Vestir novamente, "do novo" a velha vida, cansada.

Cida Cortes
Enviado por Cida Cortes em 03/05/2009
Reeditado em 03/05/2009
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