PEQUENO ENSAIO SOBRE O AMOR PASSIONAL OU LITERÁRIO
Marília L. Paixão
Sempre que vejo alguém escrevendo sobre amores impossíveis eu penso nos possíveis. Já que os amores impossíveis foram feitos para nos angustiarem ou nos fazerem sofrer a utopia do amor, para que dedicar muito tempo falando dele?
Estamos no tempo da velocidade e o amor também tem sofrido suas mudanças. Se acontece ou não acontece da forma idealizada é uma experiência traumatizante vivida de uma paulada só e a pessoa já fica na sua superada e a espera de outras melhores. As que se desmoronam ficam muito tempo sem querer nada, se é que muito tempo sem fazer nada ainda existe.
Mas na fase adulta tudo deveria ser diferente. Os adultos já não são jovens inexperientes e, no entanto sonham como se fossem. Por que será que no amor tudo se torna único e como se fosse uma primeira vez? Será que as pessoas confundem amor com sonho?
Pois o amor é tão mais simples que os sonhos. O amor pode ser uma ilha de flores como em antigos romances ou um passeio público repleto de surpresas à medida que vão passando transeuntes. Temos que no ater a época atual em que as pessoas escolhem logo o que querem ou não querem. Quando querem dizem que sim e quando não, deletam tudo e prosseguem sem olhar para os lados. Ninguém fica dramatizando o amar ou não amar, querer ou não querer, ficar ou não ficar.
Ninguém mais morre de amor por ninguém e faz muito bem quem não morre. Pois atualmente os que morrem também matam. Portanto o amor precisa ser vivido com mais leveza até nos sonhos. O amor tem que ser visto como uma coisa bonita e não uma arma angustiante e desesperadora de princípio e fim seja para fins existenciais ou literários.