É de saudades que quero falar!
Às vezes dá uma vontade de decifrar com palavras os sentimentos do dia-a-dia. Hoje eu quero tentar conceituar a saudade, esse sentimento que só nós brasileiros entendemos completamente.
Imagine que eu sou uma garotinha de uns 10 anos, brincando num jardim muito bonito. De repente, cai uma chuva muito forte, um toró... Ao invés de me proteger daquela chuva inesperada, ela me atrai, me cativa, por isso, decido permanecer no lugar onde estou e tomar um banho daqueles!!! Enquanto os fortes pingos vão caindo e me molhando toda, eu fico saltidando, brincando nas poças. Inebriada pelo desconhecido, vou aproveitando aquele momento como se ele fosse o último!!!
Num instante, tão repentinamente como começou, aquela chuva vai embora, cessa, e eu fico ali, sozinha, toda molhada e querendo brincar só mais um pouquinho. Mas ela realmente acabou, só restam uns poucos pingos que teimam em cair das folhas das árvores. Me sento, depois, embaixo de uma delas e, tremendo de frio, olho pro céu:
-Ah se aquela nuvem carregada de água voltasse!!! Eu me divertiria muito mais dessa vez, porque aproveitaria cada instante que pudesse!!!
Porém, agora só resta o vento, tão frio e silencioso, que me lembra que no jardim não há mais ninguém além de mim...
Izabel Maia.