Imagem: O Inferno de Dante - Sandro Botticelli
Música: Die Zufriedenheit - Mozart

A Busca da Paz

Nos últimos cem anos a humanidade assistiu a duas guerras mundiais com suas consequências catastróficas. Dinheiro queimado nas fumaças dos canhões, vidas inocentes tombadas, corpos mutilados, patrimônio artístico e cultural destruído e tantos outros malefícios. Além das duas guerras mundiais, outras tantas guerras em diversas regiões do mundo tiram a tranquilidade do povo.

Não apenas as guerras declaradas mancharam de sangue a história da humanidade. Conflitos internos em diversos países e a malversação do poder quebraram a harmonia. Outros conflitos como os étnicos, religiosos, econômicos, sociais, raciais e xenofóbicos, também estiveram presentes e estabeleceram infindáveis focos de crises. Aliado a isso, a derrocada do sonho dourado do socialismo e o crescimento avassalador do capitalismo selvagem, criaram várias áreas de instabilidade econômica através do tempo.

É verdade que nos últimos cem anos a humanidade experimentou um grande avanço cientifico e tecnológico. Muito embora, esse crescimento foi a qualquer custo e não um crescimento sustentável. A grande vítima desse crescimento a qualquer custo, a natureza, já a tempo, está dando sinais e respondendo às agressões sofridas.

Existem três maneiras do homem se relacionar e se conflitar: consigo próprio, com as outras pessoas e com a natureza. Dessas três maneiras de se relacionar surgem as desavenças, os conflitos e as consequentes rupturas da paz.

Com um bom relacionamento consigo mesmo e sem conflitos internos, o indivíduo experimenta um gostoso estado de espírito chamado de paz interna. O possuidor de paz interna não é egoísta, não é belicoso e consegue ver o mundo de uma maneira diferente.

A boa relação interpessoal nasce da conscientização que não existem pessoas melhores ou piores. O que existe são pessoas com habilidades e capacidades diferentes. A não exploração do homem pelo homem, o respeito às diferenças e o bom relacionamento como forma de crescimento mútuo são os pilares para a harmonia entre as pessoas.

Tratar mal a natureza seria como depredar a casa em que mora. A natureza acolhe, protege e da condição de sobrevivência. Por outro lado, ela responde segundo os princípios da ação e reação. Na natureza o que tem exclusividade é a vida e quando se dá exclusividade à vida a natureza é bela. A natureza é a principal herança que uma geração deixa para as gerações vindouras.

A paz não é bandeira e exclusividade de pacifistas. A paz tem que ser um objetivo de cada pessoa. A melhor maneira de lutar pela paz é relacionar bem consigo próprio, com as outras pessoas e com a natureza. Do Cristianismo recebemos um belo princípio: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Amar a Deus e ao próximo são os segredos da paz. Amar a Deus vai além de visitar os Templos e de recitar versos sagrados. Amar a Deus é amar a si próprio sem egoísmo, “amar o próximo como a ti mesmo” e amar a natureza como a nossa grande mãe.






Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 01/05/2009
Reeditado em 08/09/2009
Código do texto: T1570128