MÃO BRANCA
 
Há coisas que falamos numa conversa informal que por um momento ou outro nos leva ao futuro, ou mesmo ao passado. E isto há pouco aconteceu comigo ao assistir um noticiário local, e assim comecei a escrever esta como que de volta eu estivesse ao futuro.

Mais um menos na década de oitenta, estava recém casado , e bem próximo a casa da minha sogra, tinha uma vizinha que se importava com tudo que ela visse acontecer a sua frente, ou seja, mesmo estando no alpendre da nossa casa ela se incomodava . Pois, já meio chateado com todo comentário que ela fazia, eu e a minha esposa resolvemos pregar uma peça nela, uma brincadeira, e nisto quando ela se ausentou de casa por algumas horas, inventamos de deixar um pacote com papel picado na porta dela com o seguinte bilhete só com o intuito de amedrontar a mesma.

No bilhete escrevemos o seguinte: repare mais na sua vida e deixe que seus vizinhos vivam bem, porque senão muita coisa poderá acontecer com você por esses dias, assinado, mão branca.

Mão branca naquela época era um bandido que rondava e aprontando de todo jeito aqui no estado da Paraíba, principalmente nas cidades de João Pessoa e Campina Grande, o mesmo não dava mole pra policia e era um misto de justiceiro e ao mesmo tempo um mal feitor.  Mão Branca de tudo fazia e sua lista policial já era a maior que se poderia pensar e todos esses crimes eram praticados no nosso estado e se alastrava a estados vizinhos como o de Pernambuco e do Rio grande do Norte.

 Mão Branca, não temia nada, por algumas vezes deixava algum recado para algum dos políticos e ordenava que o mesmo fizesse o que ele assim ordenava. Era realmente um caos , porque tanto o pessoal abastado como mesmo aqueles que nada tinham , sentiam realmente medo.

Mas como tudo um dia chega a ter um fim, Mão Branca fora encontrado assassinado, jogado numa vala, sem nos dar entender quem cometera o crime, se algum político do nosso estado ou mesmo a policia . Apenas lá estava à certeza de nossas suspeitas, ele apenas era um sujeito bem aperfeiçoado, filho de um dos homens mais importantes. Ao lado dele se encontrava uma moto de cor preta, e uma máscara tipo daquelas usadas por samurais, e um par de luvas brancas.