QUEM É DIGNO DE REVERÊNCIA? (Quem escreve é inteligente, quem ler é sábio.)
Era uma vez, eu, um simples professor, navegando nas águas turbulentas do sistema educacional. A vida, como um mar revolto, me apresentava suas ondas, altas e baixas, em uma dança constante de desafios.
Em um dia particularmente difícil, uma dor de dente insuportável me levou ao dentista. Naquele dia, um colega, que deveria estar planejando suas aulas, foi convocado para me substituir. No dia seguinte, mesmo com um atestado médico em mãos, fui surpreendido ao ter que pagar as aulas do colega que havia me substituído. A dor ainda latejava, mas a injustiça doía ainda mais.
Essa experiência, aparentemente desconexa, é um reflexo da inversão de valores que permeia nossa sociedade. A hierarquia da vida se perde quando o menor manda no maior, quando o menos academicizado dita as regras para o mais formado. É a escrava tomando o lugar de sua senhora, um cenário abominável aos olhos de Deus e insustentável para a Terra.
A opressão, infelizmente, é uma realidade em nosso sistema educacional. Professores, os verdadeiros pilares da educação, são frequentemente punidos pelas deficiências do sistema. E, ironicamente, vemos figuras como Tiririca, eleito representante do povo no congresso nacional, apesar dos professores.
A política brasileira e o sistema educacional parecem seguir o mesmo ritmo. Agora, temos 209 dias letivos, seis aulas por período, salas superlotadas que mais parecem cupinzeiros, e aulas que terminam quase ao anoitecer. E, em meio a tudo isso, um atestado médico de uma hora de dentista não é suficiente para justificar a ausência de um professor.
Mas, apesar de tudo, ainda falamos de qualidade, de planejamento e de sequência didática. Ainda ensinamos coisas institucionais a alunos que nos assistem, em desespero, no teatro da vida. Ainda buscamos a sabedoria e a justiça, mesmo quando as leis são renovadas para atender às conveniências dos de cima, deixando os de baixo sem amparo.
Então, se você busca a reverência da maioria e o respeito, leia mais. Um homem lendo vale por muitos para outros que também leem. Quem escreve é inteligente, quem lê é sábio. Assim procedem os conhecedores do bem e do mal: fazem as perguntas adequadas.
E assim, caro leitor, encerro minha crônica, esperando que ela sirva como um farol, iluminando as sombras da injustiça e inspirando a busca pela sabedoria e pela justiça. Pois, no final das contas, somos todos passageiros nessa jornada chamada vida, e cada um de nós tem o poder de fazer a diferença.