Levando o meu “eu” pra passear
Momentos...
Olhando o mar
Sentindo sua brisa quase fria
Num dia nublado e cinza
Pude perceber o silêncio da solidão
Senti sua respiração na minha pele
Abracei seu corpo inteiro e senti
O bater do coração, o beijo do ar
Senti o “só” em sua plenitude
Descobri a beleza de estar comigo
O imenso prazer de desfrutar de minha companhia
As ondas traziam recados do outro lado do oceano
A areia molhada era um convite
Meus pés atenderam aos seus apelos
Antes que eu pudesse pensar eu já estava caminhando
O vento me fazia companhia
A solidão do instante era sublime, completa, repleta
Instante único de prazer absoluto
Senti a água salgada na saliva trazia pela brisa marinha
Respirei fundo e continuei a caminhada
A praia não tinha fim, o horizonte era logo ali
Descalça e embriagada pela magia do momento
Entrei no mar e a água cristalina me envolveu
De um jeito diferente e harmonioso
Meu corpo se entregou ao seu balanço.
Muitas vezes achamos a solidão uma “coisa” vazia, na subjetividade do meu entender, eu posso estar completamente só mesmo junto de alguém ou perto de uma multidão. Sem sintonia nos achamos perdidos. Experimente levar o seu “eu” para passear. Outros acham que só por estar junto de alguém mesmo sendo esse alguém uma pessoa só “corpo”, ou seja, sem assunto, só presente, ausente de qualquer conteúdo em comum, acham que estão acompanhados, literalmente sim, subjetivamente não.