BOADICÉIA
O mundo parou para ouvi-la tocar.
Uma nota, duas notas, tome nota: Boadicéia!
A guerreira celta que reencarnou em forma de harpa e que foi encontrada nas ruas de Londres por Auricélia, minha companheira e musa, a artista, que trouxe a sua arte e a sua música nas costas, nas asas, lá de além do Atlântico para compartilhar com todos o seu grande sonho: o sonho de tocar harpa.
As bocas silenciam, as vozes se calam para ouvir as suas notas e algo ocorre com os olhos, com os corações, quando se ouve uma harpa. É como se cada som, cada tom, despertasse em cada um de nós, uma melodia sagrada que nos lembra nossa verdadeira morada, que nos recorda como a música é sagrada, pois desperta poetas, escritores, une amores, acorda em cada um, a vontade de fazer a coisa certa.
Dedilhando as cordas de sua harpa, Auricélia evoca anjos, encanta demônios e acorda os Deuses de seus sonhos que se manifestam no sol brilhando, na lua sorrindo, no bem-te-vi cantando e em toda a minha gente ouvindo, e todos sabem, é muito difícil calar para escutar, mas ao som de Boadicéia, até o beija-flor largou as flores, as abelhas deixaram a colméia e o mel, os pássaros pousaram em bandos nos galhos só para presenciar o astral abrir o véu e o que se viu: a Grande Festa da Terra e do Céu, onde todos as árvores, vegetais, animais, seres humanos e divinos cantaram junto com a Harpa, o mais belo dos hinos: o hino da vida que se manifesta em arte, amor, música e poesia.
Nota do autor: Boadicéia (escrito também Boudica, Boudicca, Boadicea, Buduica, Bonduca) foi uma rainha celta que liderou os Iceni e a outras tribos celtas, incluindo os Trinovantes vizinhos, em um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha em 60 ou 61 d.C. durante o reinado do imperador Nero. Estes eventos foram relatados por dois historiadores,Tácito (em seus Anais e Agricola) e Dio Cássio (em seu História Romana).