O barco
“Era de madeira. Frágil, simples, mas parecia agüentar bem as ondas que rebentavam na proa. As ondas batiam e atingiam a parte interna do barco e a vela mal parecia se encher com o vento. Ele não navegava, mas sim, era devorado pela fúria do mar, era jogado de um lado a outro velozmente sem rumo e paz. Necessitava de ajuda, mas nenhuma parecia estar por perto e o mar somente piorava. Nasceu uma esperança ao ver um barco que se aproximara. Um barco maior, forte, robusto e que navegava tranquilamente em meio ao caos marítimo. Porém o grande barco nem sequer quis ajudar e seguiu seu caminho cavalgando as ondas. E quando o pequeno barco achava que a esperança havia minguado um simples pedaço de terra surgiu para amparar aquela pequena embarcação, mas junto com aquele pedaço de terra a léguas à frente, veio á tona o que parecia ser uma ilha ainda não descoberta. Quando o pequeno saiu do ancoradouro havia um único objetivo: Descobrir uma nova terra. Uma decisão precisava ser tomada. Parar naquele pequeno pedaço de terra ou correr o risco de naufragar até chegar naquela nova terra. Com receio de que viesse a sucumbir à fúria do mar ancorou na pequena ilha mais perto. Após pouco tempo a maré baixou e fez com que os sonhos ficassem presos junto com o barco naquela ilha e foi ali que ela permaneceu até que os ventos e a maré corroessem e consumisse tudo aquilo que um dia velejou pelas águas.”
E quantas vezes não sentimos assim não é verdade meus amigos? Homens, falhos, errados, enfim... Humanos. Humanos sim, mas nem sempre humanistas. Cada um com seus ideais e características de forma a desenvolver o próprio intelecto. Não posso esquecer também do que se transformou em moda hoje: O egoísmo. Aliás, acho que nem é a palavra mais apropriada, deveria ser... hum... Egocentrismo. Já repararam que só pensamos em nós mesmos? Quantas decisões erradas nós tomamos ao longo da nossa existência? Quantas decisões nós tomamos que mudou o rumo da vida de outras pessoas? Não estou propondo uma autocrítica, afinal não estamos em um divã, mas sim, uma auto-análise. Claro que não estamos tentando impor uma campanha de responsabilidade social, mas quantos barcos nós deixamos naufragar simplesmente por que nem sequer tentamos ajudar? Há também outra característica presente em nós: A indiferença. Falando em indiferença qual foi a última vez que você tentou fazer a diferença? A vida é engraçada e até bem lógica, a verdade é que não entendemos e nem sabemos o que nos aguarda. É claro que ondas e marés turbulentas sempre tentarão naufragar nosso barco. Querem um conselho? Naveguem por esse mar sem abaixar as velas, mesmo que os ventos sejam fortes, uma hora você achará um lugar para repousar. Mas lembre-se que barcos pequenos não têm âncora, então cuidado para que os ventos não te carreguem para onde não quer. Muitas das vezes é bem melhor tentarmos suportar os ventos, as provações e as grandes batalhas que são travadas em nossas vidas, do que desejar um lugar para repousar, às vezes esse lugar de repouso pode fazer com que você se acomode e não encontre novos rumos para sua vida. O nosso poder de decisão é tão importante quanto o nosso livre-arbítrio e o nosso direito de ir e vir. Decidir fazer algo, é claro, depende de muitos fatores e suposições. Sempre temos que lembrar que a falta de indecisão pode trazer grandes prejuízos a nós e nos impedir de alcançar nossos objetivos. Não sabe o que fazer? Decida por planejamento, ou seja, reveja suas prioridades e pense no que pode ser mais viável lembrando sempre que algumas circunstâncias podem mudar. Mas algo sempre não muda... Estamos à mercê do vento, portanto, que o vento traga as mudanças.