MEUS ESCRITOS E EU

Sinto-me mal quando nada consigo escrever. Pior ainda quando escrevo palavras melancólicas, rudes, hostis, de revolta...

Prefiro escrevê-las quando estou de bem com o mundo, com a vida e, principalmente, comigo mesmo. Quando assim as escrevo, parece que elas fluem com mais naturalidade, com mais alegria, com mais leveza e bem mais harmonia. E fluindo desse jeito, elas se juntam umas às outras e formam textos leves, soltos, agradáveis e de fácil compreensão.

Sei que os meus escritos não são unânimes na preferência dos leitores, tampouco estão na lista dos mais rejeitados. E é justamente isso o que me leva a fazê-los: a certeza de que eles geram controvérsia e despertam nos seus leitores sentimentos dos mais variados.

Em verso ou em prosa, busco passar aos leitores tudo aquilo que estou sentindo no momento, por isso não me sinto bem ao escrevê-los quando estou triste ou de mau-humor, ou ainda quando dominado pela revolta, pois o leitor configura-se naquilo que lê.

Inicialmente, eu escrevia meus textos e os guardava porque não queria que ninguém os lesse visto que, na maioria das vezes, o texto é o reflexo de quem os escreve e muito me envergonhava deixar transparecer nas entrelinhas o que me afligia ou que ou quem eu desejava. Mas aos poucos fui descobrindo que os textos, de qualquer gênero ou estilo, são a nossa “liberdade de expressão” e devem ser lidos, ainda que causem controvérsias ou que nada digam.

Se eles (meus escritos) levam o leitor à reflexão ou não, isso eu não posso afirmar. Mas que me deixam mais leve e de espírito renovado, isso não posso negar.