Enquanto isso na repartição...
Eram três amigos que trabalhavam há muito tempo juntos na mesma repartição da prefeitura de uma pequena cidadezinha do interior de São Paulo.
O Uirassaba ou Uira, O Mafra e o Luiz.
Uira era chegado em brincadeiras e vivia aprontando pra todo mundo.
O Luiz já era mais calmo,muito centrado e responsável .
O Mafra era um daqueles pobres coitados que existem em qualquer repartição pública e sempre são alvos de toda gozação,
Conservava uma mania de usar chapéus,embora já houvessem sido abolidos há tempos dos acessórios masculinos.
Uira irritava-se por seu amigo conservar ainda tal hábito.
Um dia,enquanto o Mafra concentrava-se num extenso relatório sobre ruas,Uira cuidadosamente examina seu chapéu verificando a cor,número e marca.
No fim da tarde compra dois chapéus,exatamente iguais aos do Mafra,porém um maior,outro menor que o dele.
No dia seguinte Uira chega ao escritório e vai logo contando para o Luiz o que estava tramando para o Mafra.
Prontamente Luiz atende em auxiliá-lo na emboscada ao colega.
Quado este chega,Luiz chama sua atenção e pede que venha até sua mesa examinar uns mapas urbanos.
Enquanto isso,Uira troca o chapéu do Mafra por um número maior e esconde o seu.
E assim durante algumas semanas,ora um maior,ora um menor,ora o chapéu certo iam sendo trocados.
Mafra torna-se então triste e cabisbaixo.
Numa sexta-feira após o expediente,Luiz e Uira tomam uma cerveja num boteco quando passa o Mafra com a maior cara de enterro.
Então Luiz o chama para que se juntasse a eles.
Mafra com a cara mais séria do mundo aceita e diz:
-Amigos,talvez esta seja a última cerveja que tomemos juntos antes que eu comece um tratamento que nem sei se será longo ou mesmo se trará algum resultado.
Absortos os dois entreolham-se e quase ao mesmo tempo indagam o que ele teria assim de tão grave...
-Olha,pra falar bem a verdade ainda não sei.Não consultei um médico .Não sinto dores,tonturas,nem visão turva,nada.Mas de algumas semanas pra cá,minha cabeça tem aumentado e diminuído de tamanho dia sim, dia não!