O Zoo está aberto
O Zôo está aberto
Já faz algum tempo que as estampas que lembram à pele de certos animais estão em voga. Você nota os detalhes em pequenos objetos como um porta notas feminino com pequena corrente. Dando uma volta pelo centro da cidade, hoje à tarde, vi muitas diversidades, peles de onça vermelha, sapatos mocassim, salto baixo imitando pele de cobras. Bolsas de todos os tipos com diversas estampas. Lenços, brincos, pulseiras, enfim, a bicharada está solta.
O tema é antigo, e a moda sempre se reinventa e traz para o hoje o que foi extravagante ontem, ridículo para alguns, chocante para outros, enfim, o universo da moda é uma cultura muito vasta.
Os temas se repetem se recriam, se sobrepõem, aparecem em formas novas, surpreendendo os todos. Muitas mulheres são verdadeiras escravas da moda, outras por opção financeira, fazem suas adaptações, aquelas outras inventam e reinventam utilizando o que têm com o que não podem nem sonhar em comprar e vão à luta.
Na Rio Branco entrei em um elevador que me levou até o décimo quinto andar. Lá pelo sétimo andar escutei de um senhor: “O Zoológico está aberto” e deu uma risadinha sem graça. As duas senhoras que estavam ao meu lado ficaram caladas. Desci no décimo quinto e ao entrar na clínica dentária notei que a senhora que trajava uma blusa com uma discreta estampa de onça, entrava também na clínica. Sentada eu aguardava a minha vez, ela comentou irônica: “Você viu como o zoológico está aberto? Além de eu ser a onça que estava no elevador, tinha uma zebra, sorrindo, referindo-se a outra senhora que usava um vestido de listras, um tigre apontou para mim, pois a gola e os punhos de minha T-shirt cinza tinham finalizações em estampa de tigre, e aquele nojento cavalo, que além de relinchar alto, não estava nem usando ferraduras que prestassem”.
Saí de lá com os olhos cheios de lágrimas de tanto rir. Fui a uma sapataria e comprei um par de mocassins clássicos, tive o cuidado para não colocar as onças, nem as cobras nos meus pés, pois poderia ser mordida ou picada.