O que é realmente ser homossexual?
O que é realmente ser homossexual?
Sim, eu me pergunto e também a todos os que realmente se interessem em responder a essa pergunta. Não estou especificamente interessada em conceitos técnicos, mas sobretudo no que diz respeito ao sentimento das pessoas em relação ao homossexual.
O que essa pessoa faz trazer a tona em outras pessoas a ponto de causar violência?
O que esteve acontecendo num parque em São Paulo (desculpe não me recordo o nome do parque, caso alguém lembre e quiser escrever fico grata) foi uma média de quatorze atos de violência extrema, segundo noticiários – morte, contra as pessoas que são denominadas de homossexuais. Não são pessoas como nós? Não são dignas de respeito, aceitação?
Porque não aceitamos as diferenças? Por acaso somos iguais, somos como uma linha de produção qualquer? E mesmo assim numa linha de produção tem o controle de qualidade que mostra que às vezes muitas peças saem com diferenças, digo diferenças, não imperfeições como é dito nas fábricas, isto é só um exemplo que eu espero ter sido entendido.
Somos diferentes, mas somos gente. Somos magros ou gordos, altos ou baixos, amarelos, brancos, negros, temos cabelos encaracolados ou esticados, temos todos os membros do corpo no lugar ou não, às vezes somos cadeirantes, ambulantes, ricos, pobres, moramos em casas luxuosas ou em favelas, estamos bem da mente ou estamos neuróticos, psicóticos, psicopatas.
Somos como um livro de muitas páginas, cada folha contando algo diferente, mas que forma um conteúdo contextualizado, ou não, mas isso não vem ao caso nesse momento.
Contudo, quem é um homossexual pra você, porque ele te perturba tanto?Ou não?
A violência está escancarada em todos os locais e contra todos, porém no momento essa violência contra alguém que gosta de outro do mesmo sexo ou simplesmente ou complicadamente alguém como qualquer outro me chocou muito. Penso na primeira violência que as pessoas sofrem que é em relação a si própria, ou seja, em não se aceitar como são claro nem todas são assim, há as que se aceitam muito bem. E depois se segue todas as demais que estamos infelizmente acostumados a saber, a ver, a ouvir. A violência de um contra o outro, a violência provocada pelo preconceito, à violência... a violência...
Estive também pensando quando escrevia sobre esse assunto em como nós acabamos por enveredar também nas malhas do preconceito, quando falamos homossexuais, quero dizer, não costumamos falar: os heterossexuais, falamos simplesmente um homem, uma mulher, um casal, um grupo de pessoas. Talvez não por preconceito, mas pelo costume, porque aprendemos assim, por falta de reflexão sobre isso, por falta de alguém que nos fale sobre isso. Ou por tantas outras coisas dizíveis ou indizíveis.
Patrícia Carvalho de Andrade