Nada de "marolinha"

Está aí a crise afetando drasticamente os mosaicos da economia republicana: os municípios brasileiros. O vagalhão de notícias que se lê, traduz com clareza essa verdade indesejada. De certo, o que alguns pensavam sobre a força com essa crise chegaria ao Brasil era mesmo equivocado. Chegou e chegou pra valer. Que marola que nada!

Quem nos dera que a famosa “marolinha” do Presidente Lula fosse mesmo verdade e que todos nós estivéssemos fora do alvo dessa crise! Essa “marolinha” do Lula transformou-se em sua mais nova e popular personagem de ficção. O pior é que sobre ela não devemos acreditar em nada. O que está afetando nossa economia é uma onda forte e com cara de que ficará entre nós por um tempo bem razoável. Quem sabe não faltou ao Presidente Lula, antes de criar a sua já famosa “marolinha”, ouvir de algum rei por aqui a nem tão menos famosa frase de “Por que no te callas”?.

Como se não bastassem os efeitos danosos dessa crise indigesta sobre nossas parcas economias particulares, temos que aguentar a escassez do crédito, mesmo que caro e apesar de o governo gritar que está ofertando crédito fácil e de preço tolerável. E nas brechas jurídicas – esses verdadeiros sumidouros das leis – vão cada vez mais embora as possibilidades de que a sonegação fiscal e seus mentores maiores sejam postos atrás das grades. E haja crise!

Entronizam-se conceitos tão desnecessários que a população fica sem saber ao certo no que acreditar e em quem. Fala-se em cifras trilionárias como solução para o pagamento dessa crise e, como um raciocínio econômico movediço, essa dinheirama é posta a credito, como sendo o remédio certo e, repentinamente, some do mercado e o que já era virtual passa a ser quase ficcional. O que não sai da realidade é o sofrimento da classe média já acostumada a ser enganada mesmo.

Há uma violenta sondagem internacional, por parte das maiores autoridades econômicas, para saber até onde irá essa crise e se será ela ou não a detentora de uma periodicidade maligna, doravante afetando de tempos em tempos o planeta em ares de aperto. Fala-se com densidade acerca de sua possível cronicidade. Será? Passará de onda à dona da economia internacional?

Enquanto essa gente que recheia os números das economias do mundo inteiro continuar a estudar a crise e seus efeitos, nós, mortais pagadores de tributos, continuaremos a mancar e sem sequer direito ter a muletas. É preciso muito amor à pátria e um civismo desmedido para apascentarmos os ânimos e não mergulharmos de cabeça e corpo noutra forma de governo que não a democracia. Esse “liberô” geral frita a paciência dos menos avisados da crise. O ver para crer já se vulgarizou demais cá entre nós. Quando tudo isso ser-nos-á diferente? Que mesmice crônica!