Super-cilada, cilada

Mesmo um redator retardado não haveria de contar um fato desprezível que desvalorizasse a própria pessoa. Não ia cair bem. Por esta razão existem redatores de rua que utilizam borboletas para taparem os ouvidos em maluquices narrativas, desempregando profissionais, reservando para si o título de interatividade. Interatividade quer dizer: desempregar utilizando frases alheatórias. Frases alheatórias do tipo: pedradas para atacar galinhas fumantes nas encruzilhadas com borboletas. Sem interpretação. Fruto de mentes desordenadas que torna o tema do programa escolhido uma doidice de humor para o melhor povoamento acelerado das risadas. Derfinitivamente a razão pelo qual a trama necessita de boa arapuca narrativa. Sem cachê é claro.

Pedir a toda a gente que escreva para eles é uma verdadeira super-cilada. Moeda corrente de televisão, revistas, jornais e rádios. Parece bacana. Todo mundo participa economizando redatores retardados. Redatores retardados por quê? São colaboradores inexauríveis de rua que tiram o ganha pão dos redatores retardados. Levando em consideração a fabricação em série nas faculdades, qualquer colaborador de rua está pronto para entrar em ação na grande fábrica da comunicação. Sem inserção de um único vintém. Seguem em busca de novos redatores de rua copiosos e retardados. A televisão pesca esses não profissionais com maior facilidade entre a correria contínua dos habitanrtes. Por isso é que eu digo: jornalista é o texto, sexo é o sexo.

Já a faculdade de títulos é o lugar onde mora muita gente sem a menor criatividade, porém com altíssima formatação. Por isso torna-se necessário solicitar com veemência a colaboração de quem? Dos colaboradores de rua. Rogando temas novos como a do homem com o peixe na boca. Criatura acusada de odor irrestível dos caninos. Ou fatos como a do ambulante que vendia a “Terceira Carta de Pero Vaz de Caminha”, sem selo, novinha em folha, com desconto irreal e convincente, etc.

Mas como eu ia dizendo histórias é que não faltam, e todas elas servem para desempregar redatores retardados pela tremenda concorrência da gratuidade no ferenesi tecnológico. (Verdadeira fonte de fortuna dos empregadores). Todavia as contribuições servem para que os originais comecem a unhar as portas da criatividade quando todo mundo escreve por eles. O que é uma super-cilada além da nova ortografia é claro. Acabam saindo de cabeça baixa de cena, com o rabo quase colado nas pernas, abanando “adeus” ao enterro das borboletas da mulher gorda; no momento em que o maníaco do velório grita com a vizinha patusca. Desaparecendo na tela como o solitário do amor sem liderança, deixando a vaga para o redator de rua retardado com seu maravilhoso senso de participação. Todos aprisionados pela idéia das bactérias como geração espontânea.