Bebê or not Bebê?
- Oi, bebê!
- Hum! Adoro quando você atende assim... É só comigo?
- É!
- Viva o Identificador de chamadas!
- Bobinho!
- Saudades... Vamos nos ver hoje?
- Não sei...
- Que foi? Tudo bem?
- Mais ou menos. Tô meio preocupada.
- É? Aconteceu alguma coisa?
- Não sei se falo ainda...
- Fala logo! O que houve?
- Minha menstruação... tá atrasada.
- ...
- Fala alguma coisa!
- Falar o quê?! Foi ao médico?
- Fiz um teste de farmácia... mas não confio muito nessas coisas...
- Fala logo!
- Positivo.
- ...
- Cadê você?
- Tô aqui. Você tá saindo com mais alguém?
- Claro que não! Que idéia!
- Eu sou vasectomizado.
- Você o quê?
- Vasectomizado, capado, dei nó no pinto!
- ...
- E aí?
- Bom... tenho um tio que era e minha tia engravidou.
- Sei...
- Vamos fazer assim. Eu vou ao médico para conferir este resultado. Você vai ao seu, pra ver se tem alguma chance de ter falhado...
- Certo.
Desligo o telefone, completamente pilhado. Vou correndo ao médico, pelo caminho já explico a urgência à secretária, que marca um “encaixe” pra mim. Faço o exame. Volto pra casa conversando com... ele:
- Pô, cara! Sacanagem! Eu te tratando a pão de ló... Só mulher interessante, inteligente, bonita... Te trato no maior carinho... E você me apronta uma dessas. Vou mandar plastificar você! Você é culpado. Fico seguindo suas vontades... Agora tô aqui, nesta situação. Você vai ver. Se você ainda está ativo, você vai ficar à seca. Vamos conversar só nós, mano a mano. Vou virar padre! Não... isso não. Mas... Vou mandar plastificar você...
Meu solilóquio foi interrompido pelo telefone.
- Oi! E aí?
- Fui ao médico. Fiz o exame. O resultado só segunda-feira. E você?
- Também. Agora é esperar.
- É!
- É...
- Então tá. A gente se fala.
- Espera! Como você está?
- Apavorado, claro! Já tenho dois filhos. A mais nova está entrando na faculdade. Nem consigo me ver às voltas com fraldas de novo.
- Imagino...
- E você?
- Sei lá. Tô no meio de um mestrado, vai ser complicado. Mas...
- Mas?
- Nada não. Deixa pra lá.
- Fala!
- Sempre quis ser mãe...
- ...
- Sabia que não devia ter falado.
- Desculpa. Eu tô meio nervoso com tudo isso. A gente se fala segunda, tá bem?
- Certo. Beijos.
- Tá. Beijos.
Volto ao meu solilóquio. E é só o que faço todo o final de semana insone e sem apetite. Isso e acessar a internet, para ver se o resultado do meu exame saiu. Quando, finalmente, ele aparece, respiro aliviado. Zero chance de ser pai. Mando para ela, por e-mail, já com raiva... Queria me dar o golpe da barriga!! Me corneando, ainda por cima!
No final da manhã, o telefone.
- Oi. Vi teu e-mail.
- É!
- Meu resultado saiu também. Negativo.
- Ah!
- O médico disse que é normal. Relacionamento novo, vontade de engravidar. Gravidez psicológica...
- Ah! Minha poodle tinha isso.
- Ei!
- Desculpa. Só lembrei.
- Tá.
- E aí? Quer sair pra comemorar?”
- Melhor não.
- ...
- Desculpa, bebê... Estive pensando... Passei o final de semana achando que estava grávida. Quero muito. Com você, não dá.
- ...
- Cadê você?
- Aqui, catando os pedaços do meu coração...
- Bobo... A gente se fala, tá bom?
- Tenho escolha?
- Não. Melhor assim, enquanto ainda não estamos tão envolvidos, né?
- É... Tá certo, então... Beijos.
- Beijos.
Desligo o telefone... Olho pra ele, ali, murchinho, sentindo-se inútil. Não resisto:
- Pô, cara! Nem um "zoidinho"??
- Oi, bebê!
- Hum! Adoro quando você atende assim... É só comigo?
- É!
- Viva o Identificador de chamadas!
- Bobinho!
- Saudades... Vamos nos ver hoje?
- Não sei...
- Que foi? Tudo bem?
- Mais ou menos. Tô meio preocupada.
- É? Aconteceu alguma coisa?
- Não sei se falo ainda...
- Fala logo! O que houve?
- Minha menstruação... tá atrasada.
- ...
- Fala alguma coisa!
- Falar o quê?! Foi ao médico?
- Fiz um teste de farmácia... mas não confio muito nessas coisas...
- Fala logo!
- Positivo.
- ...
- Cadê você?
- Tô aqui. Você tá saindo com mais alguém?
- Claro que não! Que idéia!
- Eu sou vasectomizado.
- Você o quê?
- Vasectomizado, capado, dei nó no pinto!
- ...
- E aí?
- Bom... tenho um tio que era e minha tia engravidou.
- Sei...
- Vamos fazer assim. Eu vou ao médico para conferir este resultado. Você vai ao seu, pra ver se tem alguma chance de ter falhado...
- Certo.
Desligo o telefone, completamente pilhado. Vou correndo ao médico, pelo caminho já explico a urgência à secretária, que marca um “encaixe” pra mim. Faço o exame. Volto pra casa conversando com... ele:
- Pô, cara! Sacanagem! Eu te tratando a pão de ló... Só mulher interessante, inteligente, bonita... Te trato no maior carinho... E você me apronta uma dessas. Vou mandar plastificar você! Você é culpado. Fico seguindo suas vontades... Agora tô aqui, nesta situação. Você vai ver. Se você ainda está ativo, você vai ficar à seca. Vamos conversar só nós, mano a mano. Vou virar padre! Não... isso não. Mas... Vou mandar plastificar você...
Meu solilóquio foi interrompido pelo telefone.
- Oi! E aí?
- Fui ao médico. Fiz o exame. O resultado só segunda-feira. E você?
- Também. Agora é esperar.
- É!
- É...
- Então tá. A gente se fala.
- Espera! Como você está?
- Apavorado, claro! Já tenho dois filhos. A mais nova está entrando na faculdade. Nem consigo me ver às voltas com fraldas de novo.
- Imagino...
- E você?
- Sei lá. Tô no meio de um mestrado, vai ser complicado. Mas...
- Mas?
- Nada não. Deixa pra lá.
- Fala!
- Sempre quis ser mãe...
- ...
- Sabia que não devia ter falado.
- Desculpa. Eu tô meio nervoso com tudo isso. A gente se fala segunda, tá bem?
- Certo. Beijos.
- Tá. Beijos.
Volto ao meu solilóquio. E é só o que faço todo o final de semana insone e sem apetite. Isso e acessar a internet, para ver se o resultado do meu exame saiu. Quando, finalmente, ele aparece, respiro aliviado. Zero chance de ser pai. Mando para ela, por e-mail, já com raiva... Queria me dar o golpe da barriga!! Me corneando, ainda por cima!
No final da manhã, o telefone.
- Oi. Vi teu e-mail.
- É!
- Meu resultado saiu também. Negativo.
- Ah!
- O médico disse que é normal. Relacionamento novo, vontade de engravidar. Gravidez psicológica...
- Ah! Minha poodle tinha isso.
- Ei!
- Desculpa. Só lembrei.
- Tá.
- E aí? Quer sair pra comemorar?”
- Melhor não.
- ...
- Desculpa, bebê... Estive pensando... Passei o final de semana achando que estava grávida. Quero muito. Com você, não dá.
- ...
- Cadê você?
- Aqui, catando os pedaços do meu coração...
- Bobo... A gente se fala, tá bom?
- Tenho escolha?
- Não. Melhor assim, enquanto ainda não estamos tão envolvidos, né?
- É... Tá certo, então... Beijos.
- Beijos.
Desligo o telefone... Olho pra ele, ali, murchinho, sentindo-se inútil. Não resisto:
- Pô, cara! Nem um "zoidinho"??