Graças a Deus eu tenho problemas!
"Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem..."
[Ciranda da Bailarina-Edu Lôbo Chico Buarque]
Quero externar meu sentimento da mais pura consciência de minha limitação como ser humano e das situações advindas dessa condição e também a convicção de que “meus problemas” nem de longe são impedimentos para que eu tenha uma vida equilibrada, bem resolvida, feliz e produtiva no meio em que vivo.
´ Causa-me espécie saber que alguém diz “eu não tenho problemas” se referindo a não ter filhos e companheiro, assim como quando se refere a situações de saúde, que qualquer um de nós está sujeito, a situações vividas por alguém de nossa família ou amigos em que precisemos colaborar.
Concordando ser mais que uma questão semântica, “problema”, na visão da Psicologia (conflito que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do indivíduo), dá mesmo margem a entendimentos vários, quero questionar o termo e ratificar que não considero “problema” ter filho e companheiro, vida doméstica e social, tudo isso conciliável com carga horária de trabalho, engajamento na vida cultural da minha cidade e minhas necessidades de pessoa e mulher.
Não encaro como problema administrar meu tempo, priorizar o que acho fundamental e imprescindível na minha vida a cada momento, pois milhares de mulheres convivem com uma jornada de trabalho maior e mais rigorosa, aliada a criação dos filhos, estudos e todas as demais tarefas inerentes a cada uma dessas jornadas.
Jamais direi que é fácil. Jamais banalizaria o esforço desprendido, às vezes sem ajuda de quem quer que seja, por cada uma de nós, porém não encaro como “problema” e não sou menos responsável nas tarefas que assumo se, vez ou outra, tiver que levar filho ao médico, resolver situações da minha profissão, participar de uma assembléia, de um ato público, fazer uso de licença médica, se assim a situação exigir.
Pergunto-me se isso, que para mim é vida, pode ser nominado de problema. A minha resposta é que lamento quem pense assim. Respeito quem fez opção de não ter esse tipo de “problema” e, de minha parte, agradeço por cada um deles a cada dia de minha vida.
Agradeço também pela oportunidade de reconhecer que sou falível, humana, que minha ação no mundo é tanto passível de críticas quanto de elogios, porque os olhares que se intercruzam sobre o modo como pauto meu jeito de ser e estar em cada espaço de convívio são diversos, plurais.
Agradeço de coração e alma. Obrigada, Meu Deus, por sua generosidade para comigo, pois todos os meus “problemas” me tornam um ser único, real e sempre disposto a aprender com quem comigo caminha.
Obrigada, muito Obrigada!!
"O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar..."
[Epitáfio-Sérgio Brito]
"Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem..."
[Ciranda da Bailarina-Edu Lôbo Chico Buarque]
Quero externar meu sentimento da mais pura consciência de minha limitação como ser humano e das situações advindas dessa condição e também a convicção de que “meus problemas” nem de longe são impedimentos para que eu tenha uma vida equilibrada, bem resolvida, feliz e produtiva no meio em que vivo.
´ Causa-me espécie saber que alguém diz “eu não tenho problemas” se referindo a não ter filhos e companheiro, assim como quando se refere a situações de saúde, que qualquer um de nós está sujeito, a situações vividas por alguém de nossa família ou amigos em que precisemos colaborar.
Concordando ser mais que uma questão semântica, “problema”, na visão da Psicologia (conflito que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do indivíduo), dá mesmo margem a entendimentos vários, quero questionar o termo e ratificar que não considero “problema” ter filho e companheiro, vida doméstica e social, tudo isso conciliável com carga horária de trabalho, engajamento na vida cultural da minha cidade e minhas necessidades de pessoa e mulher.
Não encaro como problema administrar meu tempo, priorizar o que acho fundamental e imprescindível na minha vida a cada momento, pois milhares de mulheres convivem com uma jornada de trabalho maior e mais rigorosa, aliada a criação dos filhos, estudos e todas as demais tarefas inerentes a cada uma dessas jornadas.
Jamais direi que é fácil. Jamais banalizaria o esforço desprendido, às vezes sem ajuda de quem quer que seja, por cada uma de nós, porém não encaro como “problema” e não sou menos responsável nas tarefas que assumo se, vez ou outra, tiver que levar filho ao médico, resolver situações da minha profissão, participar de uma assembléia, de um ato público, fazer uso de licença médica, se assim a situação exigir.
Pergunto-me se isso, que para mim é vida, pode ser nominado de problema. A minha resposta é que lamento quem pense assim. Respeito quem fez opção de não ter esse tipo de “problema” e, de minha parte, agradeço por cada um deles a cada dia de minha vida.
Agradeço também pela oportunidade de reconhecer que sou falível, humana, que minha ação no mundo é tanto passível de críticas quanto de elogios, porque os olhares que se intercruzam sobre o modo como pauto meu jeito de ser e estar em cada espaço de convívio são diversos, plurais.
Agradeço de coração e alma. Obrigada, Meu Deus, por sua generosidade para comigo, pois todos os meus “problemas” me tornam um ser único, real e sempre disposto a aprender com quem comigo caminha.
Obrigada, muito Obrigada!!
"O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar..."
[Epitáfio-Sérgio Brito]