Pequenos e grandes milagres
14/05/2006 14h24
Fátima e eu.Um depoimento necessário
Minhas primeiras lembranças da devoção a Nossa Senhora de Fátima reportam-se a minha mãe,contando-me a história dos três pastorinhos portugueses,Lúcia,Jacinto e Francisco, que viram a Mãe de Jesus,na região de Leiria,em Portugal,depois,aos cinco anos,época maravilhosa em que moramos na Ilha de Fernando de Noronha,onde meu pai servia,as procissões,à noite,com velas envoltas em um casulo de papel e todos cantando:A treze de maio,/na cova da Iria,/do céu aparece /a Virgem Maria...Avé,Avé,Avé Maria...
O Ave pronunciava-se com o "e" aberto,assim mesmo.Qdo vim para Minas,cantei assim ,à maneira nordestina,e as colegas da escola riram.Tratei logo de aprender a falar com o "e" fechado,talvez por isso,apesar de haver morado em vários Estados,não tenha sotaques...
Penso que a menina que fui, gostaria de ser uma pastorinha e ter a honra de receber mensagens da Senhora...Quando morei em Belém,no Pará,uma pessoa,tratada qual doente mental,no posto de Psiquiatria,onde trabalhei,disse-me haver visto a "Senhora",em menina.Eu a fiz regredir e ela descreveu uma "Senhora"vestida de azul,no meio do campo,perto do Rio,pairando sobre um arbusto,com um rosto iluminado...Devo registrar que se tratava de uma pessoa simples,descendente de indígenas,mas de grande poder mental,que resistia bravamente a tratamentos alopáticos e mais tarde,tornou-se poetisa e desenhista.Sou testemunha de sua grande força espiritual-para cura,por exemplo.E se estivesse irada,quebrava espelhos com o pensamento...As pessoas da casa onde ela morava,sempre foram-me gratas por livrá-la do tratamento anterior inútil,dos rótulos.A bem da verdade,devo afirmar que,longe de ser a "louca" taxada ,é a pessoa mais ponderada e sábia que conheço,na sua genuína simplicidade e seus saberes.
Quando estudei no Colégio Sagrado Coração de Jesus,de Itajubá,das Irmãs da Providência,entre 1960 e 1964,havia uma imagem de Nossa senhora quase em frente à minha sala de aula.
Eu era boa aluna,mas muitas vezes,perdia tempo (na verdade,ganhava) lendo dezenas de livros que não os curriculares.E escrevendo centenas de poesias...Perto da hora de ir para o colégio,eu relia a matéria.Depois,viajava no ônibus que nos levava de Bicas do Meio-hoje Wenceslau Brás-lendo o que mais gostava da matéria.Quando chegava,ia direto à imagem,tirava meu anel e o colocava entre as mãos da santa.Pedía-lhe que caísse como dissertação,o que eu sabia.Naquele tempo,nada de respostas em múltipla escolha:era responder dissertando e pronto.Sempre foi sorteada a matéria que eu estudava.
Em que pese tudo que estudei depois,na faculdade de psicologia,de saber o poder da influência da mente,sinto-me à vontade para acreditar no pequeno milagre com o quia lera agraciada,sempre que solicitava..
Claro,depois Nossa Senhora deve ter cansado de ajudar a poetinha que eu era e eu,que após a prova,corria a buscar meu anel,um dia não o encontrei mais.Alguma menina deve ter-me visto colocando a jóia ali,em confiança,e correu a apanhá-lo...
O certo é que a partir de então,não abusei mais da santinha...
Em favor do argumento de que milagres existem-e em minha profissão e na vida pessoal,testemunhei alguns-devo dizer que não sou carola,meus pais quase não iam à igreja-eu sim,na escola e aos domingos,por hábito cultural- e a fé ilimitada de mamãe não perpassava por fanatismo algum.Minha mãe,quando passava por uma igreja aberta,entrava para falar diretamente com seus mentores.Papai,diz que não acredita em quase nada.
Sou espiritualista,exo e esotérica.
E acredito em milagres,no poder de Maria e já “morri”,em 1972 (experiência de EQM)(*),portanto,sei do que estou falando...Ao pedir para voltar e conhecer meu primogênito,disseram-me que sim,mas que eu voltaria diferente.Vivia para mim e passei a viver para meus semelhantes.De jornalista,passei à psicologia e durante muitos anos,cuidar dos Outros,foi minha prioridade,como se fosse uma prestação a ser paga lentamente,o preço da vida a mais.Só após a aposentadoria,voltei a cumprir minha destinação de escrever.Sempre digo que se o dom é dado,não pode ser subestimado nem lançado ao fogo.Afinal,como dizia uma de minhas funcionárias,a parodiar o NT:"Não se acende uma vela para ficar debaixo da mesa".Por isso,há alguns anos,estou de volta ao Verbo...
Sei que me expus ao contar essas vivências.Mas já era tempo.E,afinal,ontem foi 13 de maio...
(*)Experiência de quase morte.
Publicado por clevane pessoa de araújo em 14/05/2006
14/05/2006 14h24
Fátima e eu.Um depoimento necessário
Minhas primeiras lembranças da devoção a Nossa Senhora de Fátima reportam-se a minha mãe,contando-me a história dos três pastorinhos portugueses,Lúcia,Jacinto e Francisco, que viram a Mãe de Jesus,na região de Leiria,em Portugal,depois,aos cinco anos,época maravilhosa em que moramos na Ilha de Fernando de Noronha,onde meu pai servia,as procissões,à noite,com velas envoltas em um casulo de papel e todos cantando:A treze de maio,/na cova da Iria,/do céu aparece /a Virgem Maria...Avé,Avé,Avé Maria...
O Ave pronunciava-se com o "e" aberto,assim mesmo.Qdo vim para Minas,cantei assim ,à maneira nordestina,e as colegas da escola riram.Tratei logo de aprender a falar com o "e" fechado,talvez por isso,apesar de haver morado em vários Estados,não tenha sotaques...
Penso que a menina que fui, gostaria de ser uma pastorinha e ter a honra de receber mensagens da Senhora...Quando morei em Belém,no Pará,uma pessoa,tratada qual doente mental,no posto de Psiquiatria,onde trabalhei,disse-me haver visto a "Senhora",em menina.Eu a fiz regredir e ela descreveu uma "Senhora"vestida de azul,no meio do campo,perto do Rio,pairando sobre um arbusto,com um rosto iluminado...Devo registrar que se tratava de uma pessoa simples,descendente de indígenas,mas de grande poder mental,que resistia bravamente a tratamentos alopáticos e mais tarde,tornou-se poetisa e desenhista.Sou testemunha de sua grande força espiritual-para cura,por exemplo.E se estivesse irada,quebrava espelhos com o pensamento...As pessoas da casa onde ela morava,sempre foram-me gratas por livrá-la do tratamento anterior inútil,dos rótulos.A bem da verdade,devo afirmar que,longe de ser a "louca" taxada ,é a pessoa mais ponderada e sábia que conheço,na sua genuína simplicidade e seus saberes.
Quando estudei no Colégio Sagrado Coração de Jesus,de Itajubá,das Irmãs da Providência,entre 1960 e 1964,havia uma imagem de Nossa senhora quase em frente à minha sala de aula.
Eu era boa aluna,mas muitas vezes,perdia tempo (na verdade,ganhava) lendo dezenas de livros que não os curriculares.E escrevendo centenas de poesias...Perto da hora de ir para o colégio,eu relia a matéria.Depois,viajava no ônibus que nos levava de Bicas do Meio-hoje Wenceslau Brás-lendo o que mais gostava da matéria.Quando chegava,ia direto à imagem,tirava meu anel e o colocava entre as mãos da santa.Pedía-lhe que caísse como dissertação,o que eu sabia.Naquele tempo,nada de respostas em múltipla escolha:era responder dissertando e pronto.Sempre foi sorteada a matéria que eu estudava.
Em que pese tudo que estudei depois,na faculdade de psicologia,de saber o poder da influência da mente,sinto-me à vontade para acreditar no pequeno milagre com o quia lera agraciada,sempre que solicitava..
Claro,depois Nossa Senhora deve ter cansado de ajudar a poetinha que eu era e eu,que após a prova,corria a buscar meu anel,um dia não o encontrei mais.Alguma menina deve ter-me visto colocando a jóia ali,em confiança,e correu a apanhá-lo...
O certo é que a partir de então,não abusei mais da santinha...
Em favor do argumento de que milagres existem-e em minha profissão e na vida pessoal,testemunhei alguns-devo dizer que não sou carola,meus pais quase não iam à igreja-eu sim,na escola e aos domingos,por hábito cultural- e a fé ilimitada de mamãe não perpassava por fanatismo algum.Minha mãe,quando passava por uma igreja aberta,entrava para falar diretamente com seus mentores.Papai,diz que não acredita em quase nada.
Sou espiritualista,exo e esotérica.
E acredito em milagres,no poder de Maria e já “morri”,em 1972 (experiência de EQM)(*),portanto,sei do que estou falando...Ao pedir para voltar e conhecer meu primogênito,disseram-me que sim,mas que eu voltaria diferente.Vivia para mim e passei a viver para meus semelhantes.De jornalista,passei à psicologia e durante muitos anos,cuidar dos Outros,foi minha prioridade,como se fosse uma prestação a ser paga lentamente,o preço da vida a mais.Só após a aposentadoria,voltei a cumprir minha destinação de escrever.Sempre digo que se o dom é dado,não pode ser subestimado nem lançado ao fogo.Afinal,como dizia uma de minhas funcionárias,a parodiar o NT:"Não se acende uma vela para ficar debaixo da mesa".Por isso,há alguns anos,estou de volta ao Verbo...
Sei que me expus ao contar essas vivências.Mas já era tempo.E,afinal,ontem foi 13 de maio...
(*)Experiência de quase morte.
Publicado por clevane pessoa de araújo em 14/05/2006