QUANDO UMA DÚVIDASURGE
Quando uma dúvida surge onde ela não ocupava espaço, fico a pensar: em que ela consiste? Por que ela apareceu? A dúvida é bem mesmo a indefinição. Bastante desconfortável sentir, é quase um abalo nas coisas que nem se pensa mais e se tem como já estabelecido, mas que provoca buscar explicação, para espanar a cabeça e o espírito de qualquer coisa duvidosa.
Primeiro, ela não aparece do nada. Então não é a dúvida que precisa ser diagnosticada. Mas sim o fato ou motivo que a causou. Se conseguir perceber a origem, chega-se finalmente à dúvida. E aí ao ponto final e tratar de eliminar tal dúvida, pois, claro, consiste num distúrbio desconfortante. Pois nada melhor que um espírito saudável e em equilíbrio e em paz.
Bom, é o que estou tentando fazer neste fim de tarde, em que me lembrei da ajuda do Gabriel no dia todo, e me senti agradecida. E lembro que, pouco antes dele sair, falei pra ele uma coisa, que saiu sem eu pensar e sentir. Saiu e tomou força por que ele já ia sair, mas era coisa incompleta, sem chegar a amadurar, e saiu antes da hora. E falei.
Ele fez varias coisas que eu precisava e, enquanto fazia, percebi nele certa raiva ou menos que isso, certa impaciência, pois tinha outras coisas mais pessoais e mais urgentes, ou prazerosas a fazer; é como se estivesse perdendo o tempo dele.
Enquanto ele se aprumava para sair, e eu andando de lá pra cá, falei meio que pensando alto: acho que o meu sentimento em relação á Valéria está mudando... Deixando de ser amor...
Tanto ele quanto a Luciana estão me pegando este golpe, ou seja, interrompendo-me quando eles já perceberam ou adivinharam o que vou falar e que é indesejado ou condenado por eles. Eu saco o lance, mas aí já era, porque eles já engrenaram numa coisa mais interessante e mais imediata. É um “golpe” que não chega a ser um desrespeito, mas é meio injusto por estarem usando um ponto fraco meu. E eu não insisto no retorno por que também avalio que é chato ou pouca coisa, nada demais que valha a pena criar questão. Só um detalhe: lá no fundo, bem fundinho, fere alguma coisa.
Em relação à minha filha mais velha, estou sentindo que o sentimento de amor está mudando pra coisa mais distante ou menor.
Não posso é afastar de mim mesma, da minha paz e equilíbrio. É saúde para mim. Preciso dos meus bichos, dos meus cachorros Fidel e Chê que são meus filhos do coração e me amam; e das minhas gatas parecidas com gatos-do-mato, felinos muito parecidos com as onças e nosso amor é recíproco. Estou morrendo de saudades delas só de falar! Como pode um ser humano amar um animal? Não sei, mas ama-se.
Logo que possa, vou passar um tempinho lá, com elas e eles. É o mesmo que recarregar as baterias.