Mais uma vez...

Categoricamente a vontade. A vontade que fica mesmo depois que tudo, teoricamente termina e se vai. Retorna a vida e seu cotidiano pretensioso de querer, mesmo na sua simplicidade fazer mais, mais por ai, sem esperas.

A espera contornada com gosto de solidão que se carrega dentro do peito pelo lado que habita as lacunas . Neste espaço, com ecos de desejos infinitos que não salvam a pele, mas transgride as regras dos sentimentos pela sua capacidade torpe, fica-se a mercê. O Eu na sua missão lúdica de dar a volta e apenas estar, leva embora o gosto amargo da saudade em capa, na cruel velocidade que de nada é compatível com o seu papel em ser.

O EU em alguns momentos quer ser mais ou menos que ele, livrar dos males que atingiram e levaram a estar onde só queria ser. O cobriram com a obrigação do racional e a resistência impiedosa de admitir e levar adiante do que não quer ou deve sentir.

De repente não se consegue partir, as chegadas que são proporcionadas na vida é que deixam essa liberdade não autorizada de retirar o que poderia ser, e sempre tem quase tudo pra dar certo e fazer parar de pensar no que poderia. O pretérito e o futuro neste momento ficam e deixam só mais uma vez, com toda as inquietas dúvidas de querer saber o que se deve fazer.

O coração em seu horizonte quase perplexo por não conseguir estabelecer uma visão sólida, estável da situação, aprisiona e retém os instintos num jogo que só cabe conformação.

O tempo com seu limite sem dó nem piedade, leva embora - mais uma vez -o que não se pede pra chegar, mas , quando chega, invade desse jeito e se realiza em partidas não autorizadas de quem agora só pediria por chegadas.

Num ciclo misterioso de vontades, onde uma profunda relação de sentimentos contraditórios se confirmam em um só, (re)escrevo a saudade, e a vontade de mudar tudo por dentro na busca da certeza de que venha pra ficar, para que não possa ou deva deixar partir mais uma vez...