~~**Música de fundo no Site do Escritor**~~
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QUESTIONANDO A MINHA REAL CAPACIDADE.
 
Encontrava-me ensimesmada,  desde esta manhã, pensando no que escrever. Se uma crônica, terminar um de meus inúmeros contos, uma poesia ou compor um novo soneto. Não cheguei à conclusão nenhuma a não ser que não estou com a menor vontade de escrever qualquer coisa. Ando sem capacidade para apaziguar os meus conflitos, lidar com meus “TOCS” e sem forças suficientes para combater meus demônios interiores que, vez ou outra, vêm balançar a minha estrutura emocional.
 
Além do mais, estou me questionando se tenho, realmente, condições de dedicar-me às letras. Este ir e vir da inspiração, esta angústia que me toma, não raramente, afetando a qualidade de meus versos; este equívoco no qual me vejo e, sem saída, valho-me da única saída plausível – sentar-me diante desta máquina de loucos (que nunca entendi e cada vez menos) e dedilhar meus sentimentos.
 
Estou mais para Cecília Meireles, que disse, em certa ocasião: "Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem e que amanhã recomeçarei a aprender..." Se Cecília Meireles, em algum momento, questionou seu aprendizado, o que diria eu! Em tardes assim, de chuva fina e fria que traz a melancolia para dentro de nosso âmago, eu torno-me mais afeita a duvidar de meu real conhecimento do significado das letras e da poesia.
 
E divago! Divago nos pensamentos e eles se transformam em palavras escritas, em versos rimados, alimento de minha alma e, porque não dizer, de meu ego, mas que não têm me levado a nada do que eu pretendia; e, mesmo que eu conhecesse, de fato, as minhas pretensões, talvez não me sentisse tão perdidamente abstrata. Quem sabe a fórmula ideal é dar um tempo antes que as dúvidas obscureçam tanto as indagações que os pensamentos tornar-se-ão incontroláveis.