A IMPLOSÃO DE UMA CELEUMA
Uma turma de jovens adentrou num ônibus, no terminal Parque Dom Pedro II com o intuito de bagunçar mesmo e chamar a atenção de quem estivesse naquele coletivo. O motivo para tal euforia era totalmente desconhecido por todos os passageiros que estavam naquele recinto. Aparentemente, ninguém estava achando graça nenhuma naquela palhaçada daquele grupo baderneiro formado por quatro rapazes e duas moças. Estas, até que não falavam muitas abobrinhas, limitavam-se a dar risadas espalhafatosas e em seguida, cantavam músicas de conteúdo dúbio.
Após cinco minutos de viagem cheguei a pensar que o motorista tão logo percebesse alguma viatura da polícia fosse pedir alguma ajuda para conter, minimizar e de preferência, acabar com aquela balbúrdia. Mas, estava equivocado. O profissional do volante usou do seu bom senso e educação, parou o ônibus num local estratégico, levantou-se e, postando-se próximo à catraca, pediu educadamente aos jovens em questão que colocassem um ponto final naquela celeuma sem fundamento, sem graça, a qual já estava passando dos limites. Exigiu respeito aos demais passageiros daquele coletivo e agradeceu a atenção de todos. Falou pouco, mas tocou profundamente a todos, principalmente naqueles jovens baderneiros. Se eles estivessem maus vestidos, alguém poderia julgar que é porque moravam em alguma favela. Porém, na realidade, pelo visto até poderiam pertencer a alguma classe média-alta. Só que educação que é fundamental fora esquecida. Deram um péssimo exemplo de como se comportar em público.
Quando recomeçou a viagem não se ouviu uma palavra,quanto mais algum tipo de baderna naquele ônibus. Parecia até que aqueles jovens tinham descido envergonhados ou algo parecido. Mas não. Eles continuavam lá. A admoestação sincera e educada daquele humilde e educado motorista foi como uma implosão. A celeuma chegou ao fim num piscar de olhos. Particularmente, fiquei mais tranquilo, pois só assim poderia ler a minha revista predileta.
Onde os baderneiros desceram, sinceramente não percebi, pois eles estavam na parte de trás do coletivo. Só tenho certeza que quando chegamos ao ponto final eles não estavam. Sumiram juntamente com o barulho que estavam fazendo, ainda bem! Nota zero para eles e dez para o motorista que não precisou usar de nenhum tipo de violência para conter tamanha balbúrdia. E muito menos apelar para terceiros. Pelo visto era conhecedor do pensamento que diz: "NÃO DIGAS AO MUNDO O QUE ÉS CAPAZ; DEMONSTRE-O!"
João Bosco de Andrade Araújo
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