SUSAN BOYLE
Acabo de ouvi-la novamente, mesmo já sabendo toda sua história sinto grande emoção. Por ouvir sua voz privilegiada, e pela visão que ela apresenta e que sugere outro perfil de pessoa no primeiro instante.
Ela é surpreendente pelo contraste da arte, da pureza com o antiestético visual físico e modos, Uma carinha bem antiga e escocesa e modos infantis e fora da realidade exterior atual, na roupa, no modo.
Há alguns muitos anos, talvez uns dez, aprendi a ver e a olhar para as pessoas dentro dos olhos, encontrando o olhar que vem da alma, coisa boa que dá uma visão da verdade ou falsidade do indivíduo, então já é uma avaliação mais sincera, mais verdadeira que eu possa fazer dela. Logo pelo seu jeito de se expressar, seu sorriso ou seriedade, sua ignorância ou cultura, sua personalidade aflorando, postura, mãos, e modos, educação, todo este conjunto de fatores me auxiliam a vê-la pelo seu melhor. Virou até automático como olho as pessoas. Algo espontâneo em mim, que fui ampliando pela prática de como ela se mostra. Coisa boa, pois sempre acredito no melhor da pessoa, e é o que mais me interessa nela. E também é uma maneira funcional de detectar quando se trata de um inimigo ou farsante, ou um chato aproveitador metido a esperto. Esses tais não me interessam e fica fácil descartá-los.
Gosto de numerologia, de I Ching, de psicologia e filosofia ligados às pessoas, ajuda vê-las. Está sendo mais novidade agora, no âmbito virtual em que há que substituir o olhar e modos, pela palavra escrita e pela abordagem de temas de cada um e como é expresso. Aliás, o como é talvez o mais forte para distinguir com que se está tratando.
Mas a Susan Doyle é mesmo extraordinária. Quem a vê no primeiro momento, nada espera dela senão a curiosidade do que vai fazer ali.
E surpreende pela voz e a simpatia, como a inocência num corpo antigo e fora do tempo contemporâneo. É uma escocesa de um lugar destes que ninguém nunca saiu do seu local, mas vê a TV como coisa mágica. Li que ele foi a sétima filha de sua mãe e que teve um nascimento meio traumático, de tal modo que a família sempre a considerou meio atrasada,meio retardada e freqüentou pouco a escola local por que não era bem vista pelos companheiros de escola. O que dá uma dimensão que ficou afastada do mínimo do convívio que a poderia atualizar-se, e só em companhia da mãe que cuidava do lar e à antiga. A mãe lhe dizia, conta ela, que se ela cantasse no Programa de Talentos ela seria vencedora, pois cantar em casa era seu divertimento. A nada mais era enaltecida, parece. Dá para perceber que era uma pessoa ignorada na sua essência, a ponto de ela mesma não crer em si mesma como alguma coisa além do seu portão de casa.
Os seis irmãos a tratavam, por hábito, do mesmo jeito. Ela “não era ninguém” é o que devia sentir e pensar. Mas uma luz interior sempre lhe falou baixinho que ela era grande, talentosa. Mas se todos diziam o contrário, quem era ela para discordar? E foi ficando sós com a mãe e ouvindo o que a mãe dizia, mas claro, não acreditava. A mãe morre.
Susan resolve pensar por si sozinha. E seu sonho era ir naquele programa. Duvidosamente, quem sabe a sua mãe teria razão? Foi uma das maiores dificuldades de sua vida, tomar aquela resolução.
Mas a vontade foi nascendo. O sonho foi virando algo que sua mãe acreditava. Quem sabe ela podia acreditar também que, no canto, ela venceria o Concurso? Quanto medo e dúvidas a enfrentar!
Fora ignorada toda a vida por todos. Mesmo cantando o dia inteiro enquanto fazia suas tarefas, os vizinhos já aceitavam a sua cantoria como da natureza esquisita dela e seu som não surpreendia ninguém.
Arma-se de coragem, o sonho é mais forte que qualquer coisa e, lá no fundo ela sabe de si, só que não acredita por não ter referencial.
E vai ao concurso. E canta. E surpreende o mundo como um anjo.
De um instante para o outro ela é ouvida e vista por quarenta milhões de pessoas, do mundo todo. Eu já ouvi e vi não sei quantas vezes.
Susan Boyle é uma lição. Como muito bem fala a nossa filósofa Zélia Maria Freire, em sua crônica “Quando As Aparências Enganam”.
Acabo de ouvi-la novamente, mesmo já sabendo toda sua história sinto grande emoção. Por ouvir sua voz privilegiada, e pela visão que ela apresenta e que sugere outro perfil de pessoa no primeiro instante.
Ela é surpreendente pelo contraste da arte, da pureza com o antiestético visual físico e modos, Uma carinha bem antiga e escocesa e modos infantis e fora da realidade exterior atual, na roupa, no modo.
Há alguns muitos anos, talvez uns dez, aprendi a ver e a olhar para as pessoas dentro dos olhos, encontrando o olhar que vem da alma, coisa boa que dá uma visão da verdade ou falsidade do indivíduo, então já é uma avaliação mais sincera, mais verdadeira que eu possa fazer dela. Logo pelo seu jeito de se expressar, seu sorriso ou seriedade, sua ignorância ou cultura, sua personalidade aflorando, postura, mãos, e modos, educação, todo este conjunto de fatores me auxiliam a vê-la pelo seu melhor. Virou até automático como olho as pessoas. Algo espontâneo em mim, que fui ampliando pela prática de como ela se mostra. Coisa boa, pois sempre acredito no melhor da pessoa, e é o que mais me interessa nela. E também é uma maneira funcional de detectar quando se trata de um inimigo ou farsante, ou um chato aproveitador metido a esperto. Esses tais não me interessam e fica fácil descartá-los.
Gosto de numerologia, de I Ching, de psicologia e filosofia ligados às pessoas, ajuda vê-las. Está sendo mais novidade agora, no âmbito virtual em que há que substituir o olhar e modos, pela palavra escrita e pela abordagem de temas de cada um e como é expresso. Aliás, o como é talvez o mais forte para distinguir com que se está tratando.
Mas a Susan Doyle é mesmo extraordinária. Quem a vê no primeiro momento, nada espera dela senão a curiosidade do que vai fazer ali.
E surpreende pela voz e a simpatia, como a inocência num corpo antigo e fora do tempo contemporâneo. É uma escocesa de um lugar destes que ninguém nunca saiu do seu local, mas vê a TV como coisa mágica. Li que ele foi a sétima filha de sua mãe e que teve um nascimento meio traumático, de tal modo que a família sempre a considerou meio atrasada,meio retardada e freqüentou pouco a escola local por que não era bem vista pelos companheiros de escola. O que dá uma dimensão que ficou afastada do mínimo do convívio que a poderia atualizar-se, e só em companhia da mãe que cuidava do lar e à antiga. A mãe lhe dizia, conta ela, que se ela cantasse no Programa de Talentos ela seria vencedora, pois cantar em casa era seu divertimento. A nada mais era enaltecida, parece. Dá para perceber que era uma pessoa ignorada na sua essência, a ponto de ela mesma não crer em si mesma como alguma coisa além do seu portão de casa.
Os seis irmãos a tratavam, por hábito, do mesmo jeito. Ela “não era ninguém” é o que devia sentir e pensar. Mas uma luz interior sempre lhe falou baixinho que ela era grande, talentosa. Mas se todos diziam o contrário, quem era ela para discordar? E foi ficando sós com a mãe e ouvindo o que a mãe dizia, mas claro, não acreditava. A mãe morre.
Susan resolve pensar por si sozinha. E seu sonho era ir naquele programa. Duvidosamente, quem sabe a sua mãe teria razão? Foi uma das maiores dificuldades de sua vida, tomar aquela resolução.
Mas a vontade foi nascendo. O sonho foi virando algo que sua mãe acreditava. Quem sabe ela podia acreditar também que, no canto, ela venceria o Concurso? Quanto medo e dúvidas a enfrentar!
Fora ignorada toda a vida por todos. Mesmo cantando o dia inteiro enquanto fazia suas tarefas, os vizinhos já aceitavam a sua cantoria como da natureza esquisita dela e seu som não surpreendia ninguém.
Arma-se de coragem, o sonho é mais forte que qualquer coisa e, lá no fundo ela sabe de si, só que não acredita por não ter referencial.
E vai ao concurso. E canta. E surpreende o mundo como um anjo.
De um instante para o outro ela é ouvida e vista por quarenta milhões de pessoas, do mundo todo. Eu já ouvi e vi não sei quantas vezes.
Susan Boyle é uma lição. Como muito bem fala a nossa filósofa Zélia Maria Freire, em sua crônica “Quando As Aparências Enganam”.