EU QUERIA FALAR COM DEUS
Foto: Arnaldo Agria Huss
Eu queria mesmo ter a chance de falar com Deus, olho no olho, e não apenas em orações.
Queria perguntar-lhe muitas coisas das quais tenho imensa curiosidade. Por exemplo, por que acontecem tantas tragédias com aqueles que já vivem uma vida trágica, uma vida sem esperança, uma vida sem objetivos maiores? E, ao mesmo tempo, por que aqueles que roubam, que aviltam, que cinicamente se apoderam do que seria destinado aos necessitados, continuam vivendo uma vida nababesca, abusando da boa vontade e da vida de gado que leva uma grande parte da população mundial.
Recentemente o município de Altamira, no interior do Pará, localizado a 830 quilômetros da capital, Belém, foi assolado por uma enchente que destruiu praticamente tudo o que havia por lá. A cidade fica encravada entre o rio Xingu e um açude, que vem a ser uma construção destinada a represar águas, ou seja, uma barragem. Com o excesso de chuvas, o nível do rio subiu além da conta e suas águas correram de encontro ao açude. No meio do caminho estava Altamira.
As cenas mostradas são chocantes e, ao mesmo tempo, repetitivas. Situações assim se repetem incessantemente por esse Brasil afora e por várias partes do mundo. O resultado, infelizmente, é sempre o mesmo. Desabrigados, doenças, mortes, feridos, perdas, muitas perdas, inclusive da própria auto-estima.
Vi o menino Diego, entre soluços e lágrimas, olhando para sua casa destruída, dizer ao excelente repórter da Rede Record: “Eu só queria uma vida um pouco melhor!”. E a menina Mariana dizer: “Preciso ajudar os meus pais a reconstruir tudo”. Foi de partir o coração, de doer a alma. E quantos Diegos e Marianas existem por aí...
No caso de Altamira, a construção de diversas barragens sem planejamento algum contribuiu — se não foi a razão principal — para o momento destrutivo vivido agora pelo município. Os moradores reclamam, choram, simplesmente observam calados a destruição implacável pelas águas e, ao final, ainda encontram forças para dizer: “Agora só nos resta começar tudo de novo”. Em muitos casos, ainda agradecem a Deus por ter evitado um “mal maior”.
Sim, eu queria poder conversar com Deus para que me explicasse e até justificasse o porquê disso tudo, o porquê de tanta tragédia e tanta dor para essa gente já tão sofrida. E tantas outras perguntas eu queria Lhe fazer, pois, como seu filho, sinto-me nesse direito.
Eu queria muito entender sobre as tragédias da natureza, os flagelos das doenças e das guerras, e que Ele me dissesse abertamente o que acha disso tudo. Queria mesmo bater um longo papo com esse Ser adorável, Pai de todos nós e que nos colocou aqui para sermos felizes, todos, sem exceção.
Sinto que a evolução do mundo está deixando nosso Pai um tanto desolado e, por mais que se esforce para evitar todos esses males, infelizmente não está conseguindo. Os homens estão destruindo os próprios homens e também o planeta. A natureza já não aguenta mais tanta agressão. A maldade está disseminada em todos os meios. Deus está triste e cansado, penso eu.
Como um de seus filhos, gostaria muito de conversar tête-à-tête com Ele, poder ajudá-lo naquilo que me determinasse. E, assim como eu, gostaria que outros de seus filhos fizessem o mesmo. Quem sabe se com um mutirão e uma corrente assim, Deus conseguisse evitar tantas injustiças e tantas tragédias que vemos aumentar a cada dia.
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Foto: Arnaldo Agria Huss
Eu queria mesmo ter a chance de falar com Deus, olho no olho, e não apenas em orações.
Queria perguntar-lhe muitas coisas das quais tenho imensa curiosidade. Por exemplo, por que acontecem tantas tragédias com aqueles que já vivem uma vida trágica, uma vida sem esperança, uma vida sem objetivos maiores? E, ao mesmo tempo, por que aqueles que roubam, que aviltam, que cinicamente se apoderam do que seria destinado aos necessitados, continuam vivendo uma vida nababesca, abusando da boa vontade e da vida de gado que leva uma grande parte da população mundial.
Recentemente o município de Altamira, no interior do Pará, localizado a 830 quilômetros da capital, Belém, foi assolado por uma enchente que destruiu praticamente tudo o que havia por lá. A cidade fica encravada entre o rio Xingu e um açude, que vem a ser uma construção destinada a represar águas, ou seja, uma barragem. Com o excesso de chuvas, o nível do rio subiu além da conta e suas águas correram de encontro ao açude. No meio do caminho estava Altamira.
As cenas mostradas são chocantes e, ao mesmo tempo, repetitivas. Situações assim se repetem incessantemente por esse Brasil afora e por várias partes do mundo. O resultado, infelizmente, é sempre o mesmo. Desabrigados, doenças, mortes, feridos, perdas, muitas perdas, inclusive da própria auto-estima.
Vi o menino Diego, entre soluços e lágrimas, olhando para sua casa destruída, dizer ao excelente repórter da Rede Record: “Eu só queria uma vida um pouco melhor!”. E a menina Mariana dizer: “Preciso ajudar os meus pais a reconstruir tudo”. Foi de partir o coração, de doer a alma. E quantos Diegos e Marianas existem por aí...
No caso de Altamira, a construção de diversas barragens sem planejamento algum contribuiu — se não foi a razão principal — para o momento destrutivo vivido agora pelo município. Os moradores reclamam, choram, simplesmente observam calados a destruição implacável pelas águas e, ao final, ainda encontram forças para dizer: “Agora só nos resta começar tudo de novo”. Em muitos casos, ainda agradecem a Deus por ter evitado um “mal maior”.
Sim, eu queria poder conversar com Deus para que me explicasse e até justificasse o porquê disso tudo, o porquê de tanta tragédia e tanta dor para essa gente já tão sofrida. E tantas outras perguntas eu queria Lhe fazer, pois, como seu filho, sinto-me nesse direito.
Eu queria muito entender sobre as tragédias da natureza, os flagelos das doenças e das guerras, e que Ele me dissesse abertamente o que acha disso tudo. Queria mesmo bater um longo papo com esse Ser adorável, Pai de todos nós e que nos colocou aqui para sermos felizes, todos, sem exceção.
Sinto que a evolução do mundo está deixando nosso Pai um tanto desolado e, por mais que se esforce para evitar todos esses males, infelizmente não está conseguindo. Os homens estão destruindo os próprios homens e também o planeta. A natureza já não aguenta mais tanta agressão. A maldade está disseminada em todos os meios. Deus está triste e cansado, penso eu.
Como um de seus filhos, gostaria muito de conversar tête-à-tête com Ele, poder ajudá-lo naquilo que me determinasse. E, assim como eu, gostaria que outros de seus filhos fizessem o mesmo. Quem sabe se com um mutirão e uma corrente assim, Deus conseguisse evitar tantas injustiças e tantas tragédias que vemos aumentar a cada dia.
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