AS HIPOCRISIAS ANDAM SOLTAS...
Interessante como nosso mundo político é movido por condutas imorais. As últimas notícias dão conta que agora veio à tona um costume implantado em nosso Parlamento e que vem sendo utilizado há cerca de 20 anos, segundo admitiu o Presidente da Câmara, Michel Temer. A “farra das passagens” é um hábito comum entre os parlamentares que usam os bilhetes para viagens de turismo com seus familiares. Como diria Boris Casoi: - Isso é uma vergonha!
Enquanto o brasileiro em geral anda em ônibus superlotado, ou em bicicletas, correndo riscos de todo gênero, os parlamentares andam em aviões, com passagens pagas pelo contribuinte. A grande pergunta que fica entre nós é a seguinte: - Por acaso esses homens políticos merecem esses privilégios? Claro que não! São pessoas que entram no mundo político para alcançar os privilégios do poder, mas, caso prestassem algum serviço merecedor de tais benefícios, até que não seriam motivo de críticas desde que usassem pessoalmente de tais prerrogativas. Ocorre que não são conscientes de sua importância para o Brasil como legisladores, pois a todo momento temos notícias de que estão ali para servir ao poder e não ao povo.
O curioso é que os noticiários dão conta que eles – ao verem que o privilégio pode ser cortado – procuram legislar em causa própria para manter a regalia, pois cogitam aprovar um reajuste salarial para suprir a possível perda do benefício. Por acaso alguma vez pensaram em fazer ajustes no salário do brasileiro (salário mínimo), no sentido de repor as perdas dos últimos tempos? Até quando nós brasileiros vamos deparar com notícias de tal gênero? Aí vem meu repúdio quando vejo que pessoas como a proprietária da DASLU, que emprega centenas de pessoas; se vê envolvida em noticiário Nacional, em face de ter sido condenada à uma pena de 96 anos – quantum de reprimenda bem próximo da penalidade recebida pelo maior traficante de drogas que o Brasil já conheceu (Fernandinho Beira Mara) – apenas porque deixou de recolher alguns milhões que engordariam o cofre do Governo. Pergunto-me: O que é mais importante para o Brasil: O emprego de centenas de pessoas, ou a falta de arrecadação de alguns milhões? Evidente que se tívessemos a certeza de que o dinheiro seria empregado para benefícios sociais ou para a área de saúde – setores tão sacrificados – estaríamos convictos de que a condenação – apesar de exagerada – significou algo justo.
É forçoso reconhecer que alguns empresários são obrigados a sonegar para poder progredir em seus negócios, considerando que o “Leão” não perdoa e abocanha com feracidade os ganhos das empresas privadas. Isso também ocorre conosco – trabalhadores em geral – pois somos os maiores pagadores de imposto do mundo. Sou um assalariado e o recolho no Imposto Retido na Fonte (IRF) o maior percentual estipulado pela Receita Federal. Todo ano deparamos com mudanças na Declaração do Imposto de Renda que visa evitar cada vez mais, que tenhamos alguma devolução. Isso é cruel, porque já pagamos imposto quando compramos um carro, pagamos imposto sobre a circulação desse veículo, pagamos imposto predial, pagamos imposto sobre obras custeadas com o nosso dinheiro que é arrecadado, pagamos imposto imbutidos nos produtos que compramos no supermercado e muitas vezes – quando resolvemos viajar – ainda temos de sair pagando pedágios para poder utilizar estradas que deveriam ter manutenção por órgãos estatais e não por empresas privadas.
De outro lado, o direito administrativo permite que a empresa pública goze do privilégio da discricionariedade. A lei – nesse sentido – é sábia e bem constituída, pois o coletivo deve prevalecer sobre o individual. No entanto, essa questão de direito está gerando resultado desastrosos em face do caráter dos homens que Governam. O mesmo se diz do Estado Democrático, pois em nome dessas duas fontes de alimentação das aspirações legítimas do Estado, as pessoas se aproveitam para espoliar as aspirações das massas como um todo e a tornar inócuos os créditos que o particular goza sobre o bem público.
Assim, quando o particular deve para o Estado tem prazo imediato e obrigatório para efetuar o pagamento, mas, quando tem crédito a receber, passa por mecanismos que impedem e procrastinam o pagamento. Exemplo disso, é quando um trabalhador ganha uma ação na Justiça e tem de receber do Governo uma determinada importância. Deve recorrer ao chamado meio processual chamado de Precatório. Trata-se de uma ação burocrática, ineficiente que deixa o credor amarrado e muitas vezes demora anos e não recebe o que tem direito. Os Governos utilizam do discurso demagogo de que as verbas a serem pagas a um particular colocam em cheque os benefícios que devem ser dirigidos ao coletivo.Isso é uma crueldade, pois todos sabemos que o “coletivo” que eles fazem questão de enfatizar, são os próprios intesses do Governante, como é caso da “farra das passagens”.
Não bastasse isso, há um projeto tramitando no nosso Parlamento, colocando ainda mais impecilhos aos pagamentos desses créditos, entre o particular e o Governo. Ou melhor, entendem os defensores desse projeto que a lei ainda não é suficiente para impedir tais pagamentos e querem impor outras formas de amarrar o crédito.
Acredito que existe um princípio que deve ser ensinado dia-a-dia a quem assume um cargo político; a chamada ética, pois ela anda em desuso pelos Gabinetes do Poder, seja ele do Legislativo, do Executivo, ou do Judiciário. Por isso, sou uma pessoa que aposta nos jovens, inclusive naqueles que ingressam muito cedo em cargos de relevância na orla do Poder. São eles: os novos Delegados; os novos Procuradores da República; os novos Promotores de Justiça; os novos Defensores Públicos, os novos Juízes etc. Esses cidadãos estudiosos e conscientes do cargos que irão exercer que estão se encarregando de fazer a diferença, embora encontrem grandes obstáculos para levar a avante seus princípios e suas ideologias. Temos de extirpar o “Coronelismo”. Temos de excluir os políticos arcaicos e retrógados que isistem em manter um sistema político antagônico com a realidade do País.
Acho que as soluções acima apontadas, são os primeiros passos a serem dados. No mais, somente a juventude que está crescendo e com orientação correta dentro do seio familiar é que conseguirá alcançar melhor resultado no futuro. Assim, os pais tem uma responsabilidade muito grande, pois devem ensinar aos filhos – desde que nascem – a ter caráter e a ter respeito pelo semelhante.
Enquanto mantivermos esses políticos “descansados” e encarnados na ferrugem do sistema, não obteremos um futuro de harmonia e de conquistas sociais e políticas. Os velhos políticos não conhecem os trilhos da lealdade e da nova ordem que esta sendo construída no Universo como um todo; que é o partilhamento e a vontade de servir...