Quem tem medo de mulher?
de Edson Gonçalves Ferreira
para minhas amigas e leitoras
Lendo uma Bíblia, procurei no Índice Doutrinal a palavra “mulher” e, por mais que pareça incrível, não encontrei. Somente a minha bíblia que é uma tradução dos originais, mediante versão dos Monges de Maredsou (Bélgica) pelo Centro Bíblico Católico, Editora Ave Maria, o nome de Maria Santíssima nesse índice e, então, comecei a refletir mais sobre a presença da mulher, essa força poderosa, na História da Igreja e da Humanidade.
Embora todos nós, homens, tenhamos mães que amamos e, irmãs, primas, tias, avós que, também, amamos e muitos tenham esposa a quem prometem fidelidade no amor, na saúde e na doença, na juventude e na velhice, parece-nos que, mesmo assim, nós, homens, relegamos a figura da mulher até no Livro Sagrado. Isso de certa forma, porque elas são tão poderosas, tão fantásticas que existe o Livro de Rute, um modelo de piedade filial e de fidelidade; o Livro de Judite que, para salvar a sua nação, deitou-se com o inimigo e, depois, o assassinou; o Livro de Éster que teve a sua dignidade colocada à prova por homens da coorte.
Citamos apenas algumas mulheres bíblicas, não todas e, agora, chamamos a atenção do leitor para as figuras de Maria e Marta, irmãs de Lázaro que Jesus ressuscitou, para a figura de Isabel, mãe de São João Batista, prima da Virgem Maria. São todas mulheres fortes e que tiveram papel preponderante na vida do homem chamado Jesus de Nazaré, isso sem falar na figura – essa cantada em verso e prosa e merecidamente – da esposa de José: Maria, a mãe de Nosso Senhor.
Em tempo de Páscoa, é bom refletir sobre a presença das mulheres na História da Igreja e da Humanidade, porque elas não exercem um papel secundário, mas estão lado a lado com nós, homens. Durante a Idade Média, houve um jogo político que colocou as mulheres à margem o que é inconcebível, mas aconteceu. Agora, porém, as autoridades não têm mais coragem de escamotear a figura feminina, relegando o seu papel de destaque em todas as áreas do conhecimento e das atividades humanas.
Se todos nós nascemos de uma mulher, se elas são a origem da vida, se elas têm essa força e dignidade que, até Deus, escolheu uma para ser a sua mãe, não podemos deixar de valorizá-las. Existem pessoas que se esquecem de que uma das mulheres mais fantásticas do mundo foi Maria Madalena, porque foi a ela que Cristo Se revelou antes de subir aos céus, não foi para um homem, foi? Não fomos nós que escrevemos isso, mas os autores do livro mais belo e mais discutido do mundo: a Bíblia. _E você tem medo de mulher?
Texto publicado no Jornal Agora do dia 14.04.09