A um passo do céu
Morar no Amazonas é padecer no paraíso. Um paraíso de mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados. São mais de três milhões de pessoas curtindo este paraíso tropical. Lá esta concentrada grande parte da floresta amazônica do Brasil. O mundo inteiro quer um pouco deste lugar incrível. Tem gente que acredita que nosso país não tem competência para cuidar de tamanha maravilha. Sim. O Amazonas é lindo!
A confluência entre o rio Negro, de água preta, e o rio Solimões, de água barrenta, é um espetáculo que torna as Cataratas do Niagara um lugar monótono. O potencial potável do Rio Amazonas faz o Lago Baikal (maior do mundo, localizado na parte siberiana da Rússia) parecer um aquário doméstico. A diversidade da fauna amazônica faz eu me emocionar a ponto de ter ódio do meu vizinho que mantêm um canário em uma gaiola.
Se algo tem o poder de curar o câncer e a AIDS, é quase certo que esteja na flora amazônica. Embora seja impossível acabar com males locais como a febre amarela. Paises de todos os cantos do mundo mandam, clandestinamente, seus cientistas procurarem ainda nem se sabe o que nos milhares de espécies de plantas que lá crescem. Além do que, eles podem ver de perto a maior floresta tropical úmida do mundo. Apreciar a vida selvagem.
Há muito mais que selva no Amazonas. Há a Zona Franca de Manaus. Um monte de gente ganhou muito para produzir lá, mas a maioria recebe as peças da Ásia e só monta na capital amazonense. Quem quer levar desenvolvimento tecnológico para mata se pode tirar dinheiro? Dinheiro. Resort cinco estrelas dá muito dinheiro naquela região da Amazônia. Afinal, qual a graça de tudo isso sem garçom e um drink.
Existem pessoas no Amazonas também. Além dos amazonenses, tem bastante índio por aquelas bandas. Talvez este seja o único lugar do mundo em que as pessoas estão em segundo plano. Não é fácil escutar alguém falando em melhorar as condições de vida das pessoas que moram nas bonitas casas nos igarapés de Manaus.
Também é difícil ver alguém preocupado em melhorar os acessos ao estado. Isso tem sido muito bom para preservar a cultura indígena local. Um índio tem que ter muita vontade de viver numa sociedade urbana para sair de lá e chegar até o nordeste, sul ou sudeste. Tentaram uma via transamazônica uma vez, mas desistiram na metade.
Talvez tenham pensado que é melhor que os amazonenses não deixem muito sua terra natal, senão quem ficaria para cuidar do que ainda resta da floresta? Quem receberia as drogas e armas vindos de Colômbia e Venezuela? Vamos preservar o Amazonas, exatamente do jeito que ele está, um caos!