O Nada e o Coisa Nenhuma!
Certa vez li em um artigo na Internet, desses velozes e furiosos, no entanto sem motor, velocímetros e bizarras meninas caindo de amores por garotões insensíveis que só pensam em acelerar os carros até que a morte os separe, que qualquer palavra (de preferência substantivos e adjetivos, e até os verbos) pode se transformar em um artigo inesgotável, até mesmo em um livro, vindo a ter início, meio e o fim somente se dá por imposição da editora ou do meio de publicação.
O autor citava como exemplo as palavras tigre e grama. Divagava afirmando que ao se escrever sobre o tema ¨grama¨, podemos pesquisar sobre suas inúmeras espécies, vindo a criar contos e histórias fantásticas como a daquela graminha que pode nascer no meio do deserto começando a se expandir para o mundo inteiro, infinitamente, causando caos e confusão. E tudo isso por um punhado de grama? Mas não falamos do ¨grama¨, que pode ser de cocaína, vindo a gerar a maior confusão, mas da ¨grama¨ verde e fértil sobre a qual pode rolar a mais importante pelota sendo chutada pela pátria de chuteiras e na qual se assentam casais em um piquenique no parque da cidade trocando juras de amor eterno enquanto dure.
A palavra tigre seria ainda mais fácil, reportando-nos à força do animal, sua origem, divisões, hábitos e manias. Caso nos reportemos a lendas teremos um apontamento quase infinito de elementos podendo nascer um texto repleto de elementos fantásticos e inusitados.
Como sou declaradamente um contador de histórias (ou de estórias), para ser mais correto e exato, vindo minha mania de aumentar e de ilustrar, até de inventar, da meninice remota que vive em algum lugar do meu passado (e não podia ser em outro), corro logo a criar um universo no qual um tigre abatido e faminto inventa de passar a comer grama (viu como juntei os dois elementos criando um terceiro?), devido ao fato de acreditar ser uma crueldade viver à custa de outros animais. O hábito novo do tigre causa revolta aos amigos e parentes, vindo a ser rechaçado e duramente criticado nos círculos íntimos da grande família felina. Como pode um de nós trair a espécie e os próprios instintos? – Perguntam incrédulos.
O tigre a todos ignora e, quando sabe de uma grama que cresce sem cessar no deserto do Saara, exclama: - É para lá que eu vou. – Arruma suas malas, o que no caso do tigre não é lá grande coisa e começa a peregrinar rumo ao sol poente, visto habitar a Índia, como todos sabem, mas poderia ser também a Sibéria, sendo até um tigre branco, mas vou ficar mesmo com o velho e bom tigre que abatia os elefantes do Marajá.
Sem querer o leitor embarcou em uma história e, confesse: já não começou a torcer pela empreitada do nosso amigo tigre? Afinal, o sujeito era um bom caráter, embora não tenha afirmado isso. O que nos leva então a deduzir que o caráter do mesmo era bom? Creio que o fato dele se recusar a se alimentar de outras espécies, na qual podemos incluir até mesmo a nossa, nos leva a imediatamente solidarizarmo-nos com sua aflição íntima.
Viu o leitor, como em poucos minutos, sendo que comecei este texto às 8:40 e encerrei à 9:06, acabei, sem ter a menor idéia inicial do que faria, discursando corretamente sobre o Nada e o Coisa Nenhuma? Comece agora a exercitar seus dons literários e escreva sobre seus próprios pensamentos, ou mesmo sobre a falta deles, quem sabe não nasce daí o próximo Nobel de literatura? Boas letras!
Certa vez li em um artigo na Internet, desses velozes e furiosos, no entanto sem motor, velocímetros e bizarras meninas caindo de amores por garotões insensíveis que só pensam em acelerar os carros até que a morte os separe, que qualquer palavra (de preferência substantivos e adjetivos, e até os verbos) pode se transformar em um artigo inesgotável, até mesmo em um livro, vindo a ter início, meio e o fim somente se dá por imposição da editora ou do meio de publicação.
O autor citava como exemplo as palavras tigre e grama. Divagava afirmando que ao se escrever sobre o tema ¨grama¨, podemos pesquisar sobre suas inúmeras espécies, vindo a criar contos e histórias fantásticas como a daquela graminha que pode nascer no meio do deserto começando a se expandir para o mundo inteiro, infinitamente, causando caos e confusão. E tudo isso por um punhado de grama? Mas não falamos do ¨grama¨, que pode ser de cocaína, vindo a gerar a maior confusão, mas da ¨grama¨ verde e fértil sobre a qual pode rolar a mais importante pelota sendo chutada pela pátria de chuteiras e na qual se assentam casais em um piquenique no parque da cidade trocando juras de amor eterno enquanto dure.
A palavra tigre seria ainda mais fácil, reportando-nos à força do animal, sua origem, divisões, hábitos e manias. Caso nos reportemos a lendas teremos um apontamento quase infinito de elementos podendo nascer um texto repleto de elementos fantásticos e inusitados.
Como sou declaradamente um contador de histórias (ou de estórias), para ser mais correto e exato, vindo minha mania de aumentar e de ilustrar, até de inventar, da meninice remota que vive em algum lugar do meu passado (e não podia ser em outro), corro logo a criar um universo no qual um tigre abatido e faminto inventa de passar a comer grama (viu como juntei os dois elementos criando um terceiro?), devido ao fato de acreditar ser uma crueldade viver à custa de outros animais. O hábito novo do tigre causa revolta aos amigos e parentes, vindo a ser rechaçado e duramente criticado nos círculos íntimos da grande família felina. Como pode um de nós trair a espécie e os próprios instintos? – Perguntam incrédulos.
O tigre a todos ignora e, quando sabe de uma grama que cresce sem cessar no deserto do Saara, exclama: - É para lá que eu vou. – Arruma suas malas, o que no caso do tigre não é lá grande coisa e começa a peregrinar rumo ao sol poente, visto habitar a Índia, como todos sabem, mas poderia ser também a Sibéria, sendo até um tigre branco, mas vou ficar mesmo com o velho e bom tigre que abatia os elefantes do Marajá.
Sem querer o leitor embarcou em uma história e, confesse: já não começou a torcer pela empreitada do nosso amigo tigre? Afinal, o sujeito era um bom caráter, embora não tenha afirmado isso. O que nos leva então a deduzir que o caráter do mesmo era bom? Creio que o fato dele se recusar a se alimentar de outras espécies, na qual podemos incluir até mesmo a nossa, nos leva a imediatamente solidarizarmo-nos com sua aflição íntima.
Viu o leitor, como em poucos minutos, sendo que comecei este texto às 8:40 e encerrei à 9:06, acabei, sem ter a menor idéia inicial do que faria, discursando corretamente sobre o Nada e o Coisa Nenhuma? Comece agora a exercitar seus dons literários e escreva sobre seus próprios pensamentos, ou mesmo sobre a falta deles, quem sabe não nasce daí o próximo Nobel de literatura? Boas letras!