"O código da Vinci" - Censurado
by - Vincent Benedicto


E novamente a polêmica está no ar. Dessa vez entrou o Brasil, Filipinas e a Índia no boicote ao filme “O Código da Vinci”.
Em noticia divulgada hoje no (Reuters) – Agencia Internacional de Notícias – por Fernanda Ezabella, o filme "O Código Da Vinci", baseado no best-seller de Dan Brown e estrelado por Tom Hanks, começa a rememorar a polêmica em torno de "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, de 2004, quando lideranças católicas ao redor do mundo tentaram proibir o longa de ser exibido em seus países. O novo filme, que entre outras teorias diz que Jesus casou com Maria Madalena e teve filhos com ela, tem estréia mundial no próximo dia 19.
No Brasil, nas Filipinas e na Índia, grupos e autoridades já tomaram as dores do público contrário às idéias do escritor norte-americano. O Vaticano e Opus Dei também são contra.
O advogado Affonso Pinheiro, em nome do deputado Salvador Zimbaldi (PSB-SP), dirigiu-se quarta-feira 10/05/2006 para o Fórum Regional de Santo Amaro, em São Paulo, para tentar pela segunda vez a proibição do filme no país.
Na semana passada, a medida cautelar contra a produtora e distribuidora Sony Pictures foi recusada na 2a. Vara Cível sob alegação de que não poderia ser atendida, já que a exibição do filme não confronta leis constitucionais.
Mas Pinheiro iria protocolar nesta tarde o pedido de apelação da sentença e, caso negado mais uma vez, disse que iria apelar para o Supremo Tribunal de Justiça.
"A liberdade de expressão tem limite, não pode extrapolar a liberdade alheia", disse o advogado por telefone.
Ele explicou que no recurso pediu a proibição alegando o direito e proteção aos cultos e suas liturgias, além da proteção de documentos históricos (no caso, a Bíblia) e de grupos que fizeram parte do processo civilizatório do país (já que eles usaram a Bíblia).
"O filme não é ficção. No próprio livro de Dan Brown ele diz no início que é baseado nas pesquisas e nos estudos que ele fez", afirmou o advogado. Porém, o próprio estúdio, no entanto, informa que o filme é sim uma obra de ficção, assim como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
"Não devemos esquecer que a obra em questão é de ficção e não retrata a história de Jesus, nem da Igreja", disse a CNBB em comunicado. "Alertamos, portanto, que a obra, no seu gênero fantasioso, apresenta uma imagem profundamente distorcida de Jesus Cristo”.
Nas Filipinas e na Índia, o caso parece mais grave. O Fórum Social Católico indiano convocou uma greve de fome por tempo indeterminado a partir de sexta-feira. Um membro do grupo ofereceu 25 mil dólares para quem "capturar Dan Brown vivo ou morto", segundo notícias de jornais locais.
Em Manila, capital do maior país católico da Ásia, o secretário-executivo do presidente, Eduardo Ermita, disse a jornalistas que os censores das Filipinas deveriam ver o filme bem de perto antes de dar luz verde para sua exibição.
O livro "O Código da Vinci", que vendeu mais de 40 milhões de cópias pelo mundo, também já passou pela ira do Vaticano, que acusou a obra de conter várias "mentiras anticristãs" e convocou os católicos a boicotar o filme.
O grupo católico Opus Dei também tem motivos para se preocupar, uma vez que o filme o caracteriza como uma seita secreta que há séculos trabalha para ocultar a verdade sobre Jesus Cristo. Eles pediram à Sony a divulgação de um aviso com o longa deixando claro que se trata apenas de uma obra de ficção, alegando que isso seria um gesto de respeito à Igreja.

Sinceramente, só eu que não dou uma sorte dessas. Escrever uma obra de ficção e gerar tanta polêmica em torno dela. Na crônica anterior que fiz sobre esse tema, eu não tinha terminado de ler o livro ainda. Hoje, depois de ter lido, cheguei à conclusão que se você trocar os nomes dos personagens, não passa de uma história como outra qualquer. Aliás, já li histórias muito mais contagiantes do que esta. Todavia, como o nome do personagem principal é Jesus Cristo, a história teve uma repercussão mundial.
Se o povo se sente realmente ofendido pela história envolver o nome de Jesus Cristo, antes de boicotar o filme, ou dizer que a história apresenta uma imagem profundamente distorcida dele, deveria seguir à risca os seus ensinamentos, que a meu ver, foi o maior exemplo de amor deixado na face da terra. Mas a hipocrisia parece fazer parte da personalidade do ser humano. Eu já disse isso anteriormente, mas sempre é bom lembrar. A única coisa que nunca teve censura... foi a hipocrisia.
Vincent Benedicto
Enviado por Vincent Benedicto em 11/05/2006
Reeditado em 11/05/2006
Código do texto: T154433